A posteridade existe e esmagará o nosso presente, neste período tumultuado no segundo turno das eleições e de guerra na Ucrânia, vivo lendo nossos poetas, costumo adotar na vida seus ensinamentos, como este de Cecília Meireles: “Há pessoas que nos falam e não escutamos. Há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam”. E o tempo vai andando sem se perder de si. Vejo andar o tempo com ferros aos pés, até a definição do segundo turno. Muito alvoroço, gostaria de atar um par de asas e chegar ao dia da votação. Espero que a corda da sensibilidade atinja muitos corações no momento do voto. Diante do significado do uso dos critérios em nossas vidas, é extremamente importante assimilarmos os mecanismos que nos motivam a usar tal ou qual critério, na escolha do candidato.
Sobretudo agora que vivemos em um mundo com uma sociedade dividida ao meio. Preciso acreditar no que sinto, e até o que receio, porque também receio, e há horas em que tremo sem saber de quê. É verdade, há ocasiões em penso que vou receber a maior felicidade do mundo, e fico alegre como um passarinho. Coisas de criança, não é? O acaso nos colocou um enigma, um enigma de contraste se você quer o vermelho ou o amarelo. Acho que no contraste nasce a consciência em muitos.
Uma caneta vermelha e amarela, o universo inteiro fosse amarelo, você não reconheceria o amarelo, mas no contraste com o vermelho, você reconhece os dois, veja o caso da Coreia do Norte que é uma só cor. Você percebe o valor da liberdade quando perde, percebe o valor da cultura quando perde, da educação quando perde. Para mim, a escrita é
como se eu estivesse metido em uma roupa de mergulho que não consigo tirar. É uma percepção da vida que está em uma das duas cores que me atrai para votar.