O lugar do inconsciente é a linguagem; esta mesma nos domina e nos aliena”(Lacan).
Esta linguagem hoje com uma pressão absurda, no que não pode ser real, como se todos nós estivéssemos mergulhados a dezenas de metros de profundidade, da ciência, e presos em um baú que vai descendo lentamente levando tantas ricas vidas, amorosas vidas junto.
Ah, o negacionismo nos levou para onde? Com certeza, com isto, muitos foram para a chaminé de um crematório, mas as magnólias sempre florescerão, mesmo no meio desta tragédia, e pedindo licença ao poeta Mário Quintana diria “as mãos que dizem adeus são pássaros que vão morrendo rapidamente”.
Deixam rastos sobre a camada de pó, da interpretação errada da linguagem, de seguir o mito errado, o verdadeiro mito é a ciência, este é o farol hoje da vida, e há momentos em que não queremos acreditar na maldade dos homens, na sua loucura, mas, talvez, está seja a outra realidade a que aliena e domina.
Mas, o real que é a vida, este movimento rápido, este fluir contínuo, mutante, onde estamos sempre a nos despedir, indo a lugares, vendo pessoas, fazendo coisas e que, talvez, só na chuva, às vezes, só quando a chuva cai, só quando você senta e fica escutando ao lado da janela, enquanto o ar frio e úmido sopra suave na sua nuca – só aí você pensa e sente aflição, e sente este peso, este absurdo, está alienação.