A cada ano que passa, a Associação Quilombola de Volta Miúda, situada no município de Caravelas, vem melhorando os encontros quilombolas, sobretudo nos fins de ano.
A 10ª edição aconteceu no dia 22 de dezembro, domingo, com presença de mais de 350 pessoas que vieram de diversos lugares para celebrar e confraternizar com muita alegria, danças e muita fartura.
Célio Leocádio, presidente da associação, se emociona ao ver tanta gente e tanta vivacidade envolvendo a cultura quilombola, seja com a apresentação Bate-Barriga e outras manifestações, que estão contidas no sangue das pessoas.
Mesmo alguns que já ultrapassaram 80 anos, assim como a juventude, fazem o momento ser feliz, com as cantorias, com os passos da dança, com a alegria que envolve os brincantes e amantes da cultura.
Faustina Zacarias, líder da cultura em Helvécia, trouxe toda sua turma para apresentar a dança em Volta Miúda e foi um sucesso, envolveu toda a comunidade presente, os que visitaram, os que são da casa e os amantes da cultura.
Para Faustina, a situação da cultura está em decadência: “Já estou cansada de lutar para deixar viva essa cultura em Helvécia, ninguém do poder público ajuda, até as saias das mulherada é agente que tem que fazer. Fica pesado e caro fazer isso sempre. Precisamos do apoio para que nossas raízes continuem viva, principalmente na região que está perdendo aos poucos e pouca gente se interessa em manter viva a tradição quilombola. Fomos convidadas para virmos à Helvécia, pelo presidente Célio e aqui fizemos o necessário para que todos pudessem ver o quanto essa tradição merece ser valorizada”.
Algumas pessoas que já ultrapassaram os 80, estiveram presentes e dançaram firmes e fortes, como se estivessem com 16 anos. É o caso de dona Brasília, com 86, que ainda canta e dança por mais de quatro horas de apresentação, também seu irmão Brasílio Gerônimo, além de outras senhoras e senhores.
Texto-base: O Povo News