QUEM SOMOS? QUE CORAÇÃO É O NOSSO?

“Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. Quando se aproximou da casa, ouviu a música e a dança. Então chamou um dos servos e perguntou-lhe o que estava acontecendo. Este lhe respondeu: ‘Seu irmão voltou, e seu pai matou o novilho gordo, porque o recebeu de volta são e salvo’. O filho mais velho encheu-se de ira, e não quis entrar. Então seu pai saiu e insistiu com ele.” (Lucas 15.25-28)

A Parábola do Filho Pródigo não tem apenas um filho. O que dá o nome à parábola é o mais jovem, o mais afoito, o que pensa menos e segue mais os sentimentos, desejos e anseios. Ele é mais irresponsável e muito diferente do irmão. Seu coração e suas atitudes o levaram para longe de casa. Mas tem o filho mais velho. Ele é menos afoito, parece calcular mais a vida e pensar mais sobre o que faz. É mais racional, pensa melhor e não se guia irresponsavelmente pelos desejos. Quer ser bom e agradar o pai. Talvez tenha aprendido muito bem sobre como refrear seus sentimentos e anseios. É mais responsável! É diferente do irmão e ambos são diferentes do pai. No caso do mais velho, suas atitudes ocultam mais que revelam e o mantém em casa, junto do pai enquanto as de seu irmão o levaram para longe.

O que a partida do filho mais novo representou para o mais velho? A resposta a esta pergunta só surge quando o rapaz retorna. Para o pai, a volta do pródigo representou o resgate de um filho. Por isso ele mostra amor, misericórdia e acolhimento. Não faz conta, faz festa! Para o filho mais velho representou algo bem diferente. Ele não tem amor para oferecer e se ressente do amor que o pai oferece. Ele não faz festa, faz contas! E nessas contas sente-se prejudicado. O resultado lhe diz que havia se sacrificado em vão. Seu pai é injusto e seu irmão, desprezível. O filho mais velho mostra que havia negado a si mesmo, refreado seus desejos e se esforçado para ser o merecedor que seu irmão definitivamente não era! Mas de que valeu se o mais novo, tendo agido como agiu, recebia agora, graciosamente, uma segunda chance, o perdão e o amor do pai? Essa história tem mais história nas entrelinhas do que na própria narrativa. Jesus é incrível em seu ensino!

Definitivamente, poderíamos dizer que essa parábola é subversiva! A figura do mais velho questiona os piedosos, religiosos e todos que se dedicam a Deus: qual a real motivação de vocês? “O amor a Deus! A submissão ao Pai!”, parece ser a melhor resposta. Mas a resposta verdadeira está na maneira os mais velhos tratam os pródigos, os “pecadores”. Se não revelam o mesmo coração do Pai, é porque a motivação está desviada e a resposta “certa” é falsa. Na parábola o filho mais velho não se conforma com o amor e o perdão do pai. Quando o espírito do mais velho nos habita, é assim que agimos. Queremos cobrar, julgar, defender a honra do Pai e atacamos os irmãos, nos iramos! Mas o Pai também ama os mais velhos. O pai insiste com eles e pede que entre em casa e participe da festa. O coração do mais novo é mais rebelde, o do mais velho, mais duro! Um é pródigo, o outro mesquinho. Quem somos nós? Qual o nosso coração?

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