O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse na quarta-feira, 10 de novembro, que vai trabalhar para ter um “Natal sem máscara”, se referindo aos itens de prevenção ao contágio pela Covid-19.
Para ele, dispensar o uso do equipamento de proteção individual pode ser possível devido ao avanço da vacinação no país.
“A população brasileira é esclarecida. A população brasileira tem buscando a campanha de vacinação […]. E vamos trabalhar firmemente para ter um Natal sem máscara”, pontuou.
No entanto, o ministro não detalhou se a pretensão do governo federal é desobrigar o uso de máscaras nem deu detalhes de como a medida deve acontecer na prática.
A declaração foi feita durante a passagem de Queiroga por João Pessoa. No mesmo evento, o secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, discordou que seja o momento para que os brasileiros deixem de usar os itens. De acordo com ele, a imunização junto com o uso das máscaras continuam sendo as formas mais eficazes de combater a pandemia do novo coronavírus.
“Nós não podemos, nesse momento, abandonar e desobrigar a utilização de máscaras. As máscaras são elementos importantíssimos, neste momento, para que nós possamos diminuir cada vez mais os novos casos diários e de óbitos. E evoluirmos de uma pandemia para uma endemia. Isto é, nós termos anualmente poucos casos e poucos óbitos decorrentes da Covid-19”, disse.
Queiroga participou, pela manhã, de uma oficina realizada em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES) e o Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems-PB), sobre de financiamento da Atenção Primária à Saúde.
Já no período da tarde, a agenda do ministro continua com a visita e corte da fita inaugural da Unidade de Saúde da Família (USF) Alto do Céu Integrada, em Mandacaru. Na mesma ocasião, será realizado o lançamento da campanha da Atenção Primária à Saúde.
Por que ainda é importante o uso de máscara
Apesar da queda do número de mortes e da taxa de transmissão do coronavírus, e do avanço da vacinação no Brasil, o uso da máscara segue sendo importante para a proteção contra a Covid-19. Especialistas apontam uma série de motivos para a manutenção da prática.
Estudos mostram que a principal forma de transmissão do coronavírus ocorre pelo ar, por meio de aerossóis, partículas bem pequenas que permanecem flutuando e se acumulam quando estão em ambientes com pouca ventilação. Com isso, o foco da prevenção deve ser em não compartilhar o ar com outras pessoas.
Em ambientes fechados, mal ventilados, como no transporte público, uma máscara de boa qualidade, tipo PFF2, e bem ajustada no rosto, é essencial. É a única forma de garantir que não há troca de aerossóis com outras pessoas contaminadas e também de não contaminar ninguém.
As aglomerações em ambientes fechados sem máscara também aumentam a circulação do vírus e favorecem o surgimento de novas variantes.
Os especialistas também ressaltam a questão da vacinação. As vacinas aplicadas no Brasil reduzem significativamente a possibilidade de a pessoa imunizada ter a forma grave ou morrer de Covid-19. No entanto, a imunização não é 100% eficaz. Pois é necessário que uma parcela alta da população esteja vacinada para que a pandemia seja realmente controlada. Estima-se que seja um patamar acima de 70%.
Fonte: G1