“Quem gera a maldade, concebe sofrimento e dá à luz a desilusão. Quem cava um buraco e o aprofunda cairá nessa armadilha que fez. Sua maldade se voltará contra ele; sua violência cairá sobre a sua própria cabeça.” (Salmos 7.14-16)
Nosso relacionamento com Deus, nossa espiritualidade ou religiosidade, deve ser uma jornada de aperfeiçoamento pessoal, de realização da boa obra de Deus em nossas vidas (Fl 1.6). Não devemos tornar nossa devoção algo raso, medíocre, uma relação mercantilista com Deus. Não devemos nos aproximar de Deus para “nos dar bem”. Este tipo de relação é uma cilada, nos afastando de Deus enquanto nos ilude com a sensação de que estamos sendo aprovados por Deus. Satanás é o grande arquiteto e mentor desse tipo de fé. E se em nossa fé estamos mais “ganhando” do que “nos tornando”, possivelmente há algo bastante errado nisso tudo!
Veja o que diz o salmista: o que abrigamos em nosso interior, aquilo em que cremos, definirá o fim que alcançaremos. Não podemos nos relacionar com Deus por interesse e esperar que isso nos torne quem Ele deseja. É a manipulação e não a rendição o que guia a fé interesseira. Por isso ela não produz vidas transformadas, apenas pessoas formatadas, que tentam se enquadrar para merecer. Por isso a oração deve visar estar com Deus e não obter algo de Deus. E estar com Deus exige a prática da sinceridade e o desejo de ter uma consciência clara de que tipo de pessoa realmente somos. Pois o “ser” é fundamental e central no cristianismo.
No verso 8 deste salmo, o salmista pede que Deus o julgue e devemos pedir o mesmo. Não precisamos temer o julgamento de Deus e necessitamos dele. Deus é quem sabe a verdade sobre nós e ainda assim nos ama. Deus é sincero e Sua sinceridade não é uma ameaça, pois Ele sabe lidar conosco, sabe o que suportamos e jamais fala de nós sem falar de Si mesmo a nós. Enquanto nos confronta, se revela. Na medida que conhecemos a Deus podemos conhecer a nós e, na medida que conhecemos a nós, percebemos a grandeza do amor de Deus. Sem orações sinceras ficaremos longe de tudo isso e à mercê de tudo aquilo!