“Não têm vocês muito mais valor do que elas?” (Mateus 6.26)
Em que se baseia o seu senso de valor? Roupas, casa, carro, dinheiro, aparência física… estes são os parâmetros mais comuns em nossa sociedade e é difícil fugir deles. Facilmente nos sentimos “mais gente” se podemos participar do jogo de consumo e desfrutar desses e de outros bens simbólicos. Por outro lado, facilmente alguém se sente um nada por não estar nessas condições. Multiplicam-se numa sociedade assim os crimes motivados pelo desejo de consumir. Uma reportagem recente mostrou um grupo de meninas entre 11 e 14 anos que, atraídas pelo desejo de poderem comprar roupas e outros bens de consumo, foram envolvidas numa rede de prostituição. Não lhes faltava o sustento, faltava-lhes dinheiro para o consumo.
Como cristão precisamos lutar contra essa forma de vida. Precisamos perceber que isso está errado, embora seja comum. O Evangelho nos diz que valor de cada um de nós não deve depender desses bens simbólicos de nossa sociedade. Precisamos viver e anunciar o Evangelho de Cristo. Ele declara que cada pessoa vale mais que o mundo inteiro (Mc 8.36). Quem é orgulhoso por causa do que possui é tão ignorante sobre seu real valor quanto quem se sente humilhado por não possuir. São dois desvios que ferem a honra do Criador. Precisamos, como cristãos, lutar pela dignidade da vida humana anunciando o valor que cada um tem aos olhos de Deus. Precisamos nos lembrar do quanto somos amados e colocar nossa confiança em Deus. Precisamos refrear o consumo excessivo e colocar o dinheiro e os bens em seu devido lugar – a serviço dos propósitos de Deus.
“Não têm vocês muito mais valor do que elas?” Sim, temos. Mas só saberemos se andarmos com Deus. Esquecidos dele e envolvidos na vida que organizamos como sociedade, adoeceremos. Confundiremos quem somos e quanto valemos com o que temos ou podemos comprar. Sentiremos orgulho de nossas roupas e nossos carros e nem perceberemos que nos falta amor a Deus e ao próximo. Não é pecado ter e não é nada fácil não ter. Mas, tendo ou não, precisamos, pela fé e com as atitudes de quem confia em Deus, viver afirmando nosso real valor – aquele que Deus nos atribui. O salmista declarou: “Encheste o meu coração de alegria, alegria maior do que a daqueles que têm fartura de trigo e de vinho. Em paz me deito e logo adormeço, pois só tu, Senhor, me fazes viver em segurança.” (Sl 4.7-8) Isso é a benção possível a quem anda com Deus e sabe quanto vale!