“Jesus lhe disse: Hoje houve salvação nesta casa! Porque este homem também é filho de Abraão.” (Lucas 19.9)
Isso foi o que Jesus disse diante do testemunho de Zaqueu. Você se lembra qual foi? Zaqueu disse: “Olha, Senhor! Estou dando a metade dos meus bens aos pobres; e se de alguém extorqui alguma coisa, devolverei quatro vezes mais.” (Lc 19.8) A nova atitude de Zaqueu levou Jesus a dizer “houve salvação nesta casa”. E isso se constitui uma excelente oportunidade para considerarmos o que pensamos sobre salvação e quais as suas evidências.
Costumamos pensar em salvação relacionando-a a morte e vida depois da morte. Mas Jesus a relacionava como a vida e o modo de viver. A leitura dos evangelhos, os ensinos de Jesus permite-nos compreender que salvação é, em última análise, encontro e reconciliação com Deus. Seus efeitos sobre a morte não são o único aspecto e nem o mais importante. Não somos salvos para morrer, mas para viver. E viver aprendendo a viver de uma maneira nova.
Uma vez salvos, tanto o presente quanto o futuro, tanto a vida agora como a vida ao final desta, tudo, absolutamente tudo, estará mexido, porque estaremos envolvidos pelo abraço amoroso de Deus. O primeiro efeito aparece no modo como olhamos a vida e, especialmente, o modo como lidamos com as pessoas. Não é sem razão que o maior mandamento é amar a Deus E o próximo. Não há um sem o outro.
O amor e a graça que nos alcançam e nos salvam agora habitam nossa história e nossa vida. Ser salvo nos abre os olhos, não para o pecado dos outros, mas para o nosso. Uma vez salvos, fica clara que nossa dívida era impagável e nossa perdição é tão grave que as Escrituras chamam de morte. E agora, por amor e graça, estamos livres da dívida e fomos encontrados. Temos um lar, uma pátria. Fomos feitos cidadãos do Reino de Deus. Filhos de Deus.
E assim aproximados, envolvidos por Deus, o que move o coração de Deus passa a importar. E o que move o coração de Deus? Pecadores. Gente perdida. Gente incapaz de agradá-lo. Ele tem prazer em ter misericórdia e dedica-se a perdoar pecados. E então Ele nos envia para participar do que Ele está fazendo. Para levar outros a conhecerem o que nós conhecemos: sua maravilhosa graça e seu incomensurável amor.
Se há salvação em nossa vida, então o outro importa. O lugar das coisas e das pessoas será permanentemente revisto e corrigido. A bondade, a misericórdia, a generosidade, o cuidado, a compreensão e o acolhimento serão sinais vivos de que a salvação nos alcançou. Pois é impossível conhecer o imenso amor de Deus e sua inesgotável graça, e não ser desafiado a amar e ser gracioso. Foi o que aconteceu com Zaqueu. Se estamos salvos, o que tem acontecido conosco?