Porto Seguro: Qualidade de rios está regular, aponta estudo

Avaliação feita em 30 rios, córregos e um açude, distribuídos por nove estados, indica que a qualidade da água de 70% dos locais analisados é regular e os 30% restantes tem nível ruim. Nenhum dos pontos de coleta conseguiu a soma necessária para alcançar os níveis bom ou ótimo, de acordo com a análise feita pela organização não-governamental SOS Mata Atlântica, divulgada na véspera do Dia Mundial da Água, comemorado nesta sexta-feira, 22.

De acordo com a ONG, 27 rios, dois córregos e um açude foram analisados entre janeiro e dezembro do ano passado em São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia e Sergipe. Destes corpos d’água, 26 foram verificados pela primeira vez. Na Bahia foram analisados quatro rios, entre eles o Buranhém e da Vila, em Porto Seguro, que apresentam qualidade regular. Também os rios Jaguaribe e Pituaçu, ambos em Salvador, apresentam condição apenas regular.

Qualidade das águas no Brasil

Apesar do desenvolvimento do país e enriquecimento da população, o Brasil ainda não conseguiu alcançar 100% da coleta de esgoto, principal causador de poluição hídrica no país. De acordo com o relatório “Conjuntura dos Recursos Hídricos”, divulgado em 2011 pela Agência Nacional de Águas (ANA), o país coleta 56,6% do esgoto doméstico urbano.

Entretanto, apenas 34% deste volume passa por tratamento. Além deste problema, não existe ainda uma rede integrada de monitoramento da qualidade das águas.

Segundo a ANA, em nove estados ainda não existem quaisquer pontos de medição de possíveis alterações. Além dos sete estados da região Norte, Santa Catarina e Maranhão não verificam os dados.

O governo prevê para 2015 uma integração de dados sobre a qualidade da água que vai possibilitar a verificação de 4.400 pontos de coleta instalados em rios, nascentes e reservatórios.

Investimentos

Na quinta-feira, 21, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou que serão liberados R$ 100 milhões ao longo de cinco anos para ajudar os estados a adotarem medidas para gestão de seus recursos hídricos. O objetivo, disse a ministra, é incentivar o fortalecimento dos Sistemas Estaduais de Gerenciamento de Recursos Hídricos, “desde sofisticar a medição e a qualidade de dados, como contratar gente, ajudar os estados a contratar pessoal especializado”.

Segundo informou o presidente da ANA, Vicente Andreu, os recursos serão disponibilizados mediante o cumprimento de metas por parte do estado. “A ideia é construir um sistema nacional para a governança eficaz dos recursos hídricos que garanta a oferta de água em quantidade e qualidade, no futuro, em todo o território nacional”, comentou.

Águas subterrâneas

Existe ainda a preocupação com as águas subterrâneas, que começaram a ser analisadas devido ao risco de contaminação por esgoto não tratado e resíduos industriais. Em 2011, a União liberou R$ 15 milhões para que investigações e testes fossem feitos em bacias como a rio Amazonas, no Norte, e São Francisco, no Nordeste. Os estudos ainda não foram concluídos.

Segundo a ANA, a expansão das cidades, com mais indústrias e bairros, muitas vezes sem infraestrutura de saneamento básico, pode já ter causado a contaminação do solo de reservatórios naturais, mesmo aqueles localizados a uma profundidade que varia de 80 metros a 1.000 metros de profundidade.

G1

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