“Onda de lama” avança mais de 400 km e deve chegar hoje ao Espírito Santo

Rejeitos de barragens que se romperam em Mariana (MG) se espalham pelo rio Doce

A onda de lama formada pelo rompimento de duas barragens no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na região central de Minas, deve chegar nesta segunda-feira (9) ao Espírito Santo. De acordo com as previsões da CPRM (Companhia de Pesquisas de Recursos Mineirais – Serviço Geológico do Brasil), os rejeitos que tomaram o curso do rio Doce atingem a cidade de Baixo Guandu. O local fica a mais de 400 km de onde ocorreu a tragédia.

Já na terça-feira (10), os rejeitos continuam a avançar e seguem para os municípios de Colatina e Linhares. Por causa da onda de lama, o abastecimento de água em Governador Valadares precisou ser suspenso, já que a captação no rio ficou inviável. Segundo a prefeitura, o serviço será interrompido por pelo menos 48 horas e só retorna assim que a passagem de lama esteja encerrada.

O primeiro indício da mudança do nível do rio Doce na estação de monitoramento de Governador Valadares foi verificado às 11h30h deste domingo (8). Antes disso, a onda de cheia passou pelo rio Gualaxo do Norte e rio do Carmo. A ANA (Agência Nacional de Água) já recomendou que todos os municípios interrompam a captação ao longo do rio Doce.

Inicialmente, a CPRM garante que a onda não causará enchentes na região. No entanto, o monitoramento será feito de forma diária nas estações. O pico registrado até agora foi de 810m³/s em dois pontos de Minas Gerais: Cachoeira dos Óculos na manhã de sábado (7) e na Belo Oriente na madrugada deste domingo (8).

A mineradora Samarco, responsável pelas barragens, informou que “está atenta a qualquer repercussão no Espírito Santo e em constante contato com as autoridades competentes em função do acidente ocorrido nas barragens de Fundão e Santarém, em Minas Gerais”. De acordo com o comunicado, “a expansão da mancha que avança no rio Doce está sendo permanentemente monitorada pela empresa. A Samarco está tomando todas as providências possíveis para mitigar os impactos ambientais gerados e, em caso de necessidade, auxiliar prefeituras e as comunidades em eventuais ocorrências”.

Danos ambientais

O Ministério Público do Espírito Santo anunciou neste sábado (7) que também irá investigar as consequências e os impactos sociais e ambientais provocados, em municípios capixabas. Nesta segunda-feira (9), o órgão irá encaminhar uma equipe técnica destinada “à apuração dos bens ambientais afetados, assim como os prejuízos sociais, em função da lama resultante do desastre que atingiu o Rio Doce”.

Márcia Costanti /R7

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