Projeto mobiliza estudantes para enfrentamento da violência no meio digital

Projeto mobiliza estudantes para enfrentamento da violência no meio digital
Projeto mobiliza estudantes para enfrentamento da violência no meio digital. Foto: ASCOM

Assuntos como fake news; autoimagem e comparação social; privacidade e segurança na internet; e, principalmente, cyberbulling integram o dia a dia dos estudantes do 2° ano do Ensino Médio do Colégio Estadual de Campo Filinto Justiniano Bastos, no município de Seabra. A partir da disciplina eletiva Cidadania e Segurança Digital, eles iniciaram, em 2023, um processo de letramento digital e de desenvolvimento de habilidades essenciais para a cidadania e atuação mais responsável no enfrentamento à violência no meio virtual.

A necessidade de formar os jovens estudantes – que são majoritariamente do campo e quilombolas – para lidarem com as novas demandas e os desafios do mundo digital, a partir do conhecimento funcional e crítico sobre o uso da tecnologia, foi a motivação do professor da referida disciplina, Reginaldo Araújo. O trabalho gerou impactos positivos no contexto dos estudantes, possibilitando-os refletir sobre os riscos que a prática dessa violência produz. “Na era da produção de informação e de conhecimento por meio das plataformas digitais, como se vê na internet, é importante preparar as pessoas para esse novo mundo, que implica em compreender e utilizar de forma crítica as informações. Não se trata simplesmente de aprender a utilizar a tecnologia e o meio digital, mas usar suas funções com respeito pelos demais. Os estudantes já demonstram amadurecimento significativo e atuação mais responsável no meio virtual”, revela.

A estudante Alice Alves Mendes, 17 anos, acredita que se aprofundar no tema é importante e, assim, mais alunos terão conhecimento sobre o assunto. “O cyberbullying não é nada legal e, de certa forma, é ainda pior que o bullying, porque a pessoa não consegue fugir dele em ambientes virtuais, acabando lendo ou vendo coisas desagradáveis. Essas ações precisam ter punições, pois todos nós merecemos respeito e proteção. Estudar temas como este é muito importante porque, dessa forma, mais pessoas saberão sobre o assunto e será possível ajudar quem está passando por isso, evitando assim efeitos prejudiciais à saúde mental e emocional da vítima”, afirma.

Seu colega Gleison Lima Mendes, também de 17 anos, ressalta que o cyberbullying é uma forma de intimidação e abuso que pode gerar sérias consequências para as vítimas. “A pessoa pode desenvolver problemas psicológicos, como ansiedade, depressão e baixa autoestima. Acho importante abordar este tema para conscientizar as pessoas sobre os impactos negativos desse comportamento e incentivar a empatia e o respeito nas interações on-line. É fundamental que todos nós façamos a nossa parte para combater essa prática e promover um ambiente virtual mais saudável e seguro para todos”, aconselha.

Normativas legais – Como ação danosa praticada há muito tempo, o bullying, a partir do maior contato da sociedade com o universo digital, sofreu uma adaptação e, nesse meio, passou a ter um novo título: cyberbullying. Isso representa uma nova roupagem para algo que já fere muitos jovens, público em que a incidência é maior. A prática da intimidação, humilhação, exposição vexatória, perseguição, calúnia e difamação por meio de ambientes virtuais, como redes sociais, e-mail e aplicativos de mensagens, por exemplo, passou a ter um suposto anonimato por parte de quem a comete. No entanto, isso não é real, pois pistas e “pegadas” são deixadas sempre que navegamos na web.

“Entendo que, no mundo contemporâneo, somos cidadãos digitais e, por isso, precisamos estar letrados digitalmente, dentro da perspectiva da educação midiática, como propõe a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as normativas legais mais atuais, dentre elas a Lei n° 14.811/2024, sancionada no início deste ano pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva, que torna mais rígidas as penas para crimes contra crianças e adolescentes, incluindo o bullying e o cyberbullying nesse panorama. Alguns dos resultados deste trabalho com o cyberbullying e seus impactos positivos na empatia para com o outro estão disponíveis no Instagram de nossa escola (@cefilinto) e no perfil criado para a exposição dos produtos da eletiva (@eletivanaweb)”, completou.

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