Projeto de revitalização da Ceplac é apresentado ao Grupo de Ação Comunitária

 

Foto: SINTSEF-BA

“Para que a Ceplac continue a prestação de serviços de pesquisa, assistência técnica e extensão rural aos produtores de cacau, seringueira e demais cultivos dos biomas Mata Atlântica e Amazônia sua reestruturação institucional é necessária. Além, disso, a abertura emergencial de concurso público para o preenchimento de 514 vagas no quadro de pessoal para atender aos estados da Bahia, Espírito Santo, Pará, Amazonas, Rondônia e Mato Grosso”, disse hoje, dia 9, o secretário da Comissão de Revitalização da Ceplac, o agrônomo e extensionista Antonio Fernando Ribeiro.

Ele apresentou ao Grupo de Ação Comunitária de Itabuna (GAC), juntamente com o presidente do Conselho de Entidades Representativas dos dos Servidores da Ceplac, José Bezerra da Rocha, o documento-guia que contém sugestões para a transformação da Ceplac em autarquia federal, com foco em pesquisa agropecuária, desenvolvimento territorial, extensão rural e qualificação profissional. Esta foi a segunda instituição da sociedade civil regional a conhecer o anteprojeto após estudos, oficinas e reuniões com representantes de produtores rurais, territórios e as Universidades Federal da Sul da Bahia (UFSB) e Estadual de Santa Cruz (UESC).

No encontro, no Itabuna Palace Hotel, o extensionista Antonio Fernando Ribeiro destacou que é preciso a participação e engajamento da sociedade, particularmente dos produtores rurais, a principal clientela da Ceplac, para que o órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento se torne instituição moderna, eficiente e ágil para continuar fornecendo suporte à lavoura cacaueira e demais cultivos nas regiões produtoras de cacau do Brasil. “As instituições devem se unir para que seja barrado o processo de esvaziamento da Ceplac que vem acontecendo ao longo dos anos”, advertiu José Bezerra da Rocha, que ampliou a convocação aos prefeitos e vereadores.

O rebaixamento da Ceplac à condição de departamento do ministério sem autonomia administrativa e financeira foi rechaçado pelos dirigentes e representantes das 76 entidades que compõem o Grupo de Ação Comunitária , fundado há 31 anos. “Nas tentativas anteriores, a mobilização do (GAC) foi importante para cessar as investidas do governo frente à Ceplac. Mais de 30 mil pessoas de todas as partes da Região Cacaueira baiana foram às ruas. É hora de se repetir a luta na defesa da única instituição responsável pelo desenvolvimento do sul da Bahia. Não fosse seu trabalho e de seus técnicos não se teria atingido o progresso nem gerado tantas riquezas”, afirmou o professor Edmundo Dourado da Silveira, ex-coordenador do GAC.

A participação da Comissão da Ceplac na reunião ordinária Grupo de Ação Comunitária de Itabuna atendeu ao convite do presidente Jean Baraúna que defende a revitalização institucional. “É órgão fundamental à região. Reúne pesquisadores, extensionistas e profissionais dedicados ao estudo e à pesquisa socioeconômica do Território Litoral Sul. São 60 anos de conhecimento e expertise que não podem ser desperdiçados. Com a abertura de novas vagas nada se perderá no esforço que fazemos para continuar construindo a Bahia e o país com a produção de cacau, seringueira, cravo-da-índia, fruticultura, etc.”, expressou.

O secretário-executivo da Associação dos Municípios do Sul, Extremo-Sul e Sudoeste (AMURC), Luciano Rodrigues Veiga, anunciou que os prefeitos serão mobilizados para defender a integridade da Ceplac, a contratação de novos profissionais para a pesquisa e extensão e sua transformação em autarquia. “O reposicionamento institucional da Ceplac é urgente. Por isso, a AMURC vai promover reuniões itinerantes para alertar à comunidade regional e mais do que isso, pedir sua participação direta. Cada um dos municípios sabe o que a Ceplac fez e poderá fazer sendo revitalizada, já que a economia cacaueira é fonte de receita”, explicou.

“Uma Ceplac revigorada, com pessoal renovado e usando a Tecnologia da Informação mais ganhos virão para a cacauicultura brasileira” disse o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Itabuna (ACI), Roberto Abude. O documento-guia também será debatido entre agricultores, suas representações e governos nos outros estados produtores de cacau e junto aos Ministério da Agricultura, Casa Civil da Presidência da República e Ministério do Planejamento. Se  aprovado nas instâncias governamentais poderá ser debatido pelo Congresso Nacional.

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