Conforme estava previsto, os professores da rede municipal de ensino em Teixeira de Freitas paralisaram as atividades nesta quarta-feira, 06 de fevereiro, e foram realizar uma manifestação durante a sessão da Câmara de Vereadores.
Os educadores terminaram o ano letivo de 2018 em estado de greve, após decisão tomada em assembleia realizada no dia 05 de dezembro, na Escola Vila Vargas.
A categoria solicita o pagamento da segunda parte do piso salarial 2018, que, após período de paralisações no ano passado, em acordo a administração pagou 3,4% e, até o momento, não repassou a metade restante.
O Piso Salarial Nacional é amparado na Lei 11.738/08, e em 2018 teve o reajuste de 6,81%. No entanto, devido à crise que abateu naquele ano (e persiste) a maioria dos municípios, Teixeira alegou que não pôde fazer o repasse integral.
Adriana Serapião, diretora da APLB/Sindicato, disse que a reivindicação é, não somente pela metade do piso de 2018, como pelo piso salarial deste ano, definido em 4,17%, além disso, esclareceu: “Nossa pauta é extensa, passa pela qualidade de trabalho do professor, merenda escolar de qualidade, infraestrutura adequada para que professores e alunos alcancem desenvolvimento pedagógico de qualidade”.
Pela Câmara, do lado de fora e internamente, os professores colocaram faixas expondo suas pautas. Adriana comentou: “[Reivindicamos] A estrutura da escola, para que alunos tenham escola de qualidade e professores possam desenvolver seu trabalho numa escola de qualidade”. Sobre as negociações, falou: “Ainda não avançamos, mas, estamos aguardando a posição da gestão pra voltarmos à mesa de negociação e vermos se alcançamos este êxito”.
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Dentre as pessoas que compuseram a mesa durante a sessão solene de posse da nova diretoria da Câmara nesta quarta, 06 de fevereiro, estava o secretário de Educação e Cultura, Hermon Freitas, que falou da responsabilidade em conduzir a pasta e citou as recentes entregas da administração, “que devem ser comemoradas”.
Hermon também comentou o reordenamento escolar, proposto em 2018 e apoiado pela APLB. Segundo ele, que, da plenária, direcionou a fala à professora Brasília, presidente da APLB, disse: “Nosso reordenamento escolar rendeu reformas em várias escolas”.
E prosseguiu: “Fechamos 2018 com 25,35 do nosso índice, para quem busca se informar, sabe que pagamos todas as contas da educação – fornecedores, professores, todos receberam em dia, 13º terceiro salário, férias e vão receber em dia o próximo salário, é obrigação nossa”.
O secretário garantiu que “iremos e enregar para a comunidade seis novas creches, um ganho para população, os prédios em condições não adequadas serão substituídos, e isso é qualidade de vida e de trabalho”, já respondendo a uma das reivindicações dos professores.
Hermon Freitas contou que a chamada passará a ser eletrônica, e todas as escolas terão internet para facilitar o trabalho dos educadores e melhorar o diálogo entre escola e família. “O pai e mãe de aluno receberão em casa mensagem confirmando que o filho está na escola, o pai poderá acompanhar o desenvolvimento dos filhos, média de notas, e os comunicados passados pelo professor”, comemorou.
O secretário afirmou ainda: “A gente precisa sentar e conversar, desde o início do ano conversamos sim, eu levo a planilha, realidade do Fundeb para vocês. O portal do MEC informa o que será disponibilizado na educação pelo Fundeb, todos sabem qual a média de arrecadação da prefeitura, é matemática, e vamos fazer matemática juntos”.
Hermon disse que o problema não se restringe ao município, mas, ao Brasil, por isso, dia 20 de fevereiro ele tem uma audiência agendada em Brasília, para tentar abrir diálogo lá também e resolver o impasse. Diante disso, dia 26/02, conforme informou o titular da Educação, o prefeito Temóteo Brito deixou agendada uma reunião com os professores municipais. “Eu preciso ir à Brasília, trazer as informações novas, para que possamos estar dialogando com vocês”, ressaltou.