“Disse Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vocês permanecerem firmes na minha palavra, verdadeiramente serão meus discípulos. E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará.”
(João 8.31-32)
Ser livre! O que significa? A conversa para responder a esta pergunta pode ir longe. A liberdade envolve múltiplas dimensões da vida. Nossa consciência e compreensão sobre ela dependem de nossa maturidade e de nossa comunhão com Deus. Por isso ser livre e sentir-se livre podem não corresponder em algum momento. É possível sentir-se livre, estando preso e sentir-se preso, estando livre. Precisamos de maturidade para discernirmos e precisamos de Deus para nos iluminar. A espiritualidade cristã envolve os dois aspectos: desenvolvimento pessoal e fé.
Jesus afirmou: permaneçam firmes na minha palavra e assim serão meus discípulos, conhecerão a verdade e a verdade libertará vocês. A vida discipular cristã exige comprometimento com a palavra de Jesus, como refletimos ontem. Vivendo como discípulos conheceremos a verdade e isso nos fará pessoas livres e em libertação permanente. Mais uma vez: precisamos amadurecer e precisamos crer. Nossa visão, razão e emoções, ao mesmo tempo que podem nos enganar e produzir escravidão, são importantíssimas em nosso esclarecimento e libertação. Elas participam do conhecimento da verdade. A verdade conhecida produz libertação.
A libertação mexe com nossa visão, razão e emoções. Pessoas livres veem diferente de pessoas aprisionadas. A mesma cena é uma cena diferente. Pessoas livres compreendem de forma diferente a mesma realidade, discurso ou leitura, que pessoas aprisionadas. Pessoas livres e pessoas aprisionadas lidam de forma diferente com a vida e as circunstâncias. Cada um de nós deve discernir a própria condição: prisão ou liberdade? O que pensamos uns dos outros faz pouca diferença. O que conta é: quem sou eu nesta questão? Minha vida será afetada por isso. Cumpre a mim lidar com a liberdade ou prisão que me define. E isso relaciona-se à fé que alimento, ao compromisso de seguimento a Cristo. Nossa vida e hábitos religiosos podem ajudar ou podem ser um grande obstáculo que alimenta nossa imaturidade e torna confortável nossa prisão.
Como discípulos estaremos em contato permanente e crescente com a verdade e cresceremos em liberdade. As evidências serão: mais amor, mais graça, mais bondade, mais misericórdia. Mais de cada uma das virtudes próprias de Jesus. Mas, mesmo discípulos maduros e livres, não seremos perfeitos e maior será a nossa consciência sobre nossa própria imperfeição. Julgar outros não será uma opção para nós. Veremos melhor a complexidade da vida e compreenderemos mais as pessoas. Perceberemos melhor o sentido da vida e ficaremos maravilhados e inspirados pelo caráter divino. O mundo precisa de discípulos, verdadeiros discípulos. Cristãos maduros e livres. Pessoas sensatas e cheias de amor. Que entre elas estejamos nós.