Obras de tapa-buraco e recapeamento foram interrompidas por causa das chuvas; se o tempo firmar, trabalhos serão continuados com ações mais efetivas
Quem transita pelas ruas e avenidas de Vitória da Conquista, seja como pedestre ou condutor de veículos, certamente já se deparou com a grande quantidade de buracos que se formou ao longo das últimas semanas. Há uma explicação técnica para isso, principalmente se for levado em consideração o clima que perdura no município – além do frio, sucessivos períodos de garoa e neblina.
Em primeiro lugar, “água e pavimento não convivem”, como explica o secretário municipal de Infraestrutura, José Antônio Vieira. Segundo Vieira, asfalto não foi feito para estar em contato com água. E, justamente por isso, toda e qualquer obra de pavimentação deve ser precedida de outra que garanta a drenagem das águas pluviais.
“Você pode ter sarjetas laterais ou caixas de captação de água de chuva, e conduzir essas águas através de tubulações, até um destino final”, informa Vieira. “Isso evita que essa água permaneça parada em determinados pontos da rua, e também que aumente o volume e o acúmulo de água, que cria uma erosão e vai também deteriorar o pavimento de forma rápida”.
O secretário prossegue: “Além de a cidade não contar com as obras de drenagem na grande maioria das ruas e avenidas, também não foi feita uma manutenção adequada do pavimento asfáltico, que é um pavimento que desgasta com o tempo e requer uma manutenção, seja corrigindo pequenas falhas ou até mesmo fazendo um recapeamento”.
Portanto, de acordo com Vieira, se o sistema de drenagem não existe ou é ineficiente, a água que se acumula nas vias vai desgastando gradualmente o material asfáltico, tornando-o cada vez mais fino e, em casos extremos, dando origem a buracos. E, se não há ou não houve manutenção prévia, a situação se agrava.
Dificuldades e alternativas – Por um lado, há essas dificuldades de origem externa, enfrentadas pela Prefeitura. Por outro, há iniciativas para atenuá-las, como as chamadas operações tapa-buracos. Várias delas foram iniciadas, mas tiveram de ser interrompidas por causa das insistentes garoas. “Para fabricar o asfalto, você precisa de no mínimo três dias sem chuva, para que seque o agregado, que é misturado ao material asfáltico para a fabricação do asfalto utilizado no tapa-buraco”, esclarece Vieira.
Em abril, a Administração Municipal chegou a adquirir, por meio de licitação, R$ 4 milhões em insumos para a fabricação de asfalto. Mas, diante do clima adverso, teve de esperar além do previsto para utilizar o material nas vias públicas da cidade.
“Já estávamos preparados para fazer uma operação mais consistente de recuperação das ruas, com o serviço de tapa-buraco. E em outras ruas, com o serviço de recapeamento. Mas nas últimas três semanas, nós não tivemos uma parada nessa garoa, na chuva, que permitisse o início de uma operação efetiva de recuperação desses pavimentos”, relata o secretário.
Momentaneamente impedida pelas chuvas de executar ações mais efetivas, a Prefeitura optou por soluções paliativas, a fim de impedir que a situação piorasse. “Mesmo durante o tempo de chuva, a gente tem trabalhado com outro tipo de material, o asfalto a frio e o cascalho, mas para evitar aqueles grandes buracos que têm causado um mal-estar muito grande, e acidentes no trânsito”, observa Vieira. “Tem ruas, como a Bartolomeu de Gusmão, que a gente chega a fazer o serviço na parte da manhã, e, quando é à tarde, é tudo retirado pela chuva. E a gente volta a fazer no dia seguinte, para poder fazer essa recuperação”.
Retomando os serviços – Como a garoa parece ter dado uma trégua desde o início desta semana, a Prefeitura se prepara para dar continuidade às obras com serviços de tapa-buraco, pavimentação e recapeamento. “Se o tempo firmar mais um ou dois dias, a gente já tem condição de iniciar a operação de uma forma mais eficiente e mais efetiva”, disse o secretário, na tarde desta terça-feira, 1º.
Isso significa, por exemplo, prosseguir com as ações previstas no contrato firmado recentemente com a Empresa Municipal de Urbanização (Emurc), no valor de R$ 6 milhões, que prevê a aplicação de novas camadas de asfalto em 14 vias da cidade.
As obras da primeira etapa já foram iniciadas na avenida Amazonas, que foi recapeada. Depois da interrupção forçada pelas chuvas, os trabalhos deverão ser retomados na avenida Sérgio Vieira de Melo (continuação da Amazonas, já na Urbis IV). “Vamos recuperar toda aquela avenida, fazendo um reperfilamento e um recapeamento asfáltico e tornando aquele acesso em um acesso de qualidade. Inclusive, criando uma situação melhor ali em frente ao CAIC, que é uma bem utilizada para o estacionamento de ônibus”, anuncia o secretário de Infraestrutura.
Outros planos – Vieira informa que também há serviços programados para ruas e avenidas no centro da cidade e em bairros como Candeias e Recreio. “Estaremos entrando não só com um tapa-buraco, mas com o reperfilamento, que é trazer o nível da rua para uma condição que permita se fazer um recapeamento no piso asfáltico”, afirma ele, mencionando ainda que vias como Bartolomeu de Gusmão, Ulysses Guimarães e Olívia Flores também continuam incluídas no planejamento: “Vamos drenar os trechos críticos e, depois, fazer um recapeamento com asfalto de qualidade, com sinalização”.