POVO EXCLUSIVO DE DEUS

“Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Antes vocês nem sequer eram povo, mas agora são povo de Deus; não haviam recebido misericórdia, mas agora a receberam.” (1 Pedro 2.9-10)

A partir da ótica da literatura do Velho Testamento, ser povo exclusivo de Deus significava, sobretudo, jamais envolver-se com a adoração a outros deuses. Num contexto eminentemente politeísta, a nação israelita era a todo tempo provocada a desviar-se de Javé e praticar o culto a outras divindades. O ministério dos profetas, como podemos ver por seus escritos, sempre tratava de duas realidades relacionadas: a injustiça e a adoração a outros deuses, declarados falsos deuses. No contexto neotestamentario, vemos Pedro escrevendo a cristãos que enfrentam perseguição e sofrimento. Penso que, entre outras cosias, estava transmitindo uma mensagem de segurança, de certeza de que eles estavam nas Mãos de Deus, que cuidaria deles e os sustentaria. Quando enfrento circunstâncias adversas, especialmente nas quais dependo de outros, gosto de me lembrar de que estou nas Mãos de Deus, não nas mãos das pessoas. Isso muda o modo como me sinto e me fortalece.

Ser povo exclusivo de Deus envolve essas e outras ideias importantes para nossa espiritualidade. A fé cristã não nos propõe uma experiência ocasional com Deus. Por isso a crítica constante para que não caiamos nos equívocos de uma religiosidade que nos leva a uma dicotomia da vida. Que nos ensina que o templo é a casa de Deus, que o domingo é o dia do Senhor, que a oração é fonte de poder. Entendo o lado correto de tais dizeres, mas compreendo que devemos avançar buscando expressões que facilitem o aprendizado da espiritualidade proposta por Jesus. Nós somos o templo em que Deus habita, tanto pessoal como coletivamente, como igreja. Nossa fé aponta para pessoas, não para construções.

O domingo é um dia importante mas todos os dias devem ser de adoração e comunhão com Deus, embora envolvendo dinâmicas diferentes. A oração nos fortalece, mas é, sobretudo, fonte de relacionamento com Deus e não de poder. “Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder; nenhuma oração, nenhum poder.” é um ensino que mais empobrece que enriquece a vida cristã. Devemos orar para experimentamos mais do amor de Deus, ama-lo mais e nos submetermos mais a Ele. É assim que seremos verdadeiramente fortalecidos. Ser povo exclusivo de Deus aponta para o fato de que temos uma relação firme e inegociável com Ele. Não circunstancial ou ocasional. Ele nos tirou das trevas para a Sua luz maravilhosa. Agora somos povo de Sua misericórdia. E devemos crescer na experiência e compreensão do que seja viver como gente que pertence somente a Deus. Cada vez mais sendo capazes de rejeitar e nos opor a toda maldade, injustiça, engano e desamor. E cada vez mais hábeis em anunciar e exemplificar as grandezas do Deus a quem pertencemos.

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