A construção do Porto Sul, na Bahia, representa não apenas a oportunidade de dotar o interior do estado de uma grande estrutura de transportes, mas também a chance de viabilizar novas políticas públicas. Quem afirma é a secretária da Casa Civil do Governo da Bahia, Eva Chiavon, que participou na manhã desta segunda-feira (10), em Ilhéus, de uma apresentação do projeto para lideranças empresariais, políticas, entidades de classe, sindicatos, associações de moradores e a imprensa do sul da Bahia.
A secretária destacou o avanço que o Porto Sul representa, por meio de sua conexão com a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol). “Juntamente com uma ferrovia e um porto, são necessárias políticas públicas”. Ela enfatizou que a Fiol já se encontra em construção nos trechos que obtiveram a licença ambiental, e mencionou a existência de estudos demonstrando que “a cada 600 quilômetros de ferrovia, os custos com o transporte se reduzem à metade, o que é importante para se aumentar a competitividade do país”.
Sobre as políticas públicas que serão atraídas pelo Porto Sul, a secretária citou que o Estado mantém entendimentos com a Caixa Econômica Federal para beneficiar comunidades na área de influência do projeto com o programa Minha Casa, Minha Vida. As políticas públicas têm em vista o crescimento econômico projetado para a região, o que demandará uma maior infraestrutura. “A duplicação da rodovia Ilhéus- Itabuna e a construção da barragem no Rio Colônia são projetos que estão relacionados ao Porto Sul”.
A barragem é considerada fundamental para regularizar o abastecimento de água em Itabuna, atendendo à demanda das residências e também favorecendo a atração de indústrias. No encontro, a Casa Civil apresentou informações sobre os impactos positivos e negativos do Porto Sul, além da campanha publicitária e do site (www.portosul.ba.gov.br) criados pelo governo com informações sobre o empreendimento.
Estavam presentes na reunião os secretários Carlos Costa, da Indústria Naval e Portuária, e Almiro Sena, da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, além do presidente da Bahia Mineração (Bamin), Francisco Viveiros, o prefeito ilheense, Newton Lima, os deputados federais Geraldo Simões e Josias Gomes, os estaduais Ângela Sousa, Rosemberg Pinto, e Augusto Castro.
Obra deve gerar cerca de 2.500 empregos diretos e inderetos
O Porto Sul será um porto offshore, com píer a 2,5 quilômetros da costa, tendo em terra uma Zona de Apoio Logístico (ZAL), onde haverá pátios de estocagem de diversos produtos e um Terminal de Uso Privativo (TUP), a ser explorado pela Bamin. A empresa possui uma jazida de minério de ferro na região de Caetité e irá exportar, via Ilhéus, uma carga anual estimada em 20 milhões de toneladas. Além de minério de ferro, o porto servirá à exportação de clínquen (matéria-prima do cimento), etanol, soja e outros granéis sólidos. A previsão é de que, na fase de pico, a obra, que terá investimentos de R$ 2,4 bilhões, gere 2.030 empregos diretos.
Impacto ambiental
Durante o encontro foram destacadas características vantajosas da região de Aritaguá, onde ficará o porto. Entre elas, o menor impacto ambiental em comparação com a área anteriormente definida, de Ponta da Tulha, e a existência de elevações de 80 a 100 metros no relevo, que servem de barreira natural contra a dispersão de partículas de minério. De acordo com a Bamin, outros cuidados serão adotados para controlar a ação do vento nas pilhas de minério como o sistema de aspersão de água.
Fonte: Secom