A Prefeitura de Porto Seguro embargou, na quarta-feira, 11 de dezembro, a montagem da Feira de Verão, evento itinerante realizado anualmente, durante os meses de dezembro a fevereiro, em um terreno localizado na avenida Getúlio Vargas, no Centro. No final da manhã de quinta-feira, 12, um caminhão da prefeitura esteve no local apreendendo as estruturas metálicas e tapumes que seriam usados para erguer a o galpão onde funcionaria a feira.
Há anos os comerciantes que trabalham no município travam uma queda de braço com feirantes de outros estados que querem se estabelecer na cidade para aproveitar a alta temporada de verão. Em 2011, apesar do forte protesto do comércio local contra a feira itinerante, ela acabou se instalando na cidade. Já em 2012 o vereador Evaí Fonsêca conseguiu aprovar na Câmara uma lei municipal estabelecendo diversas regras para a realização de feiras e eventos desse tipo. Sem conseguir atender todos os requisitos exigidos, a Feira de Verão foi embargada pela prefeitura e impedida de funcionar.
Nesta quinta-feira, 12, os comerciantes estabelecidos em Porto Seguro estiveram na Câmara Municipal para pedir apoio dos vereadores e das demais autoridades a fim de que o evento seja novamente proibido no município. Após a sessão, eles se reuniram com representantes da prefeitura.
Na opinião de quem tem comércio em Porto Seguro, a feira itinerante causa perdas aos comerciantes, aos trabalhadores e à economia da cidade. “Ficamos 12 meses pagando imposto, gerando emprego, ajudando a economia da cidade, e quando chega o verão essas feiras querem se instalar aqui. Não gera emprego, não paga imposto e leva o dinheiro da cidade para fora. Além disso, trazem produtos que ninguém sabe a procedência”, diz o comerciante Marquinho.
“Nós ficamos o ano todo pagando impostos e esperando a alta temporada, que é de dezembro a março, que é a melhor época do ano para as vendas, e chegam essas feiras itinerantes para tirar aquilo que seria o nosso lucro”, argumenta Vagner, que tem comércio na avenida Getúlio Vargas. “Eles praticam preços abaixo do mercado, o que é uma coisa absurda. Com isso, sucateiam o mercado, praticando uma concorrência desleal contra nós que trabalhamos dentro dos trâmites da lei e temos um preço competitivo”, acrescenta Vagner.
“No ano passado não aconteceu a feira e vimos uma melhoria enorme no fluxo de vendas”, salienta o comerciante João. Segundo ele, “o dinheiro que é gasto no comércio de Porto Seguro gira na própria cidade, enquanto que o dinheiro gasto na feira itinerante circula em outros municípios, que não sabemos nem quais são”.
Fonte: Bahia 40 Graus