Por Mara Magalhães
O local é o mesmo onde, no último domingo, 16, ocorreu a briga entre faccões que terminou em tiroteio e instalou o pânico em um dos pontos turísticos mais movimentados de Porto Seguro.
Na manhã desta sexta-feira (21), cumprindo mandato judicial e busca e apreensão expedido pelo Juiz Criminal, Dr, André Marcelo Strogenski, uma ação conjunta das Polícias Civil, Militar e Federal fez demolir 13 boxes do Beco das Flores, local conhecido como “Beco da Vergonha”, na orla norte de Porto Seguro.
A ação começou às 6h da manhã com a abertura dos boxes pela força policial, que filmou e listou todos os pertences que estavam no interior dos estabelecimentos até a chegada dos seus respectivos donos para entrega e reconhecimento, o que ocorreu de forma pacífica.
Alguns proprietários dos boxes registraram o fato de não terem sido avisados com antecedência. “Quando chegamos a policia já estava demolindo, foi uma surpresa para todos nós”, disse um deles.
Suporte ao tráfico e receptação
Segundo os delegados Robson Andrade, da Polícia Civil, e Ricardo Feitosa, titular da Deltur, a medida judicial foi adotada após denúncias de que o local, considerado um ponto de venda de drogas, servia para suporte ao tráfico e receptação de mercadorias roubadas, principalmente de turistas.
“Na verdade essa é uma área de passagem, que foi ocupada desordenadamente ao longo dos últimos dez anos. Essa operação de agora não foi tardia, mas há muito tempo vinha se fazendo necessária uma intervenção firme dos poderes públicos nesse local e essa ação para cumprimento da ordem judicial dá uma demonstração de harmonia entre as forças policiais locais, imprescindível para o enfrentamento de grupos criminosos que vêm agindo nessa área”, explica o delgado.
Tiroteio
A polícia não descarta uma ligação entre a ocorrência da semana passada no local e o grupo que atuava no Beco das Flores. “Essa ação está sendo investigada no sentido de apurar quem trocou os disparos e a motivação mas, aqui,ainda impera a regra do silêncio., o que dificulta a atuação policial.”, disse ainda o delegado Ricardo Feitosa.
Não foi confirmada pelo delegado a informação de que já havia uma investigação em curso há cerca de 2 meses e que a demolição tenha sido motivada pela guerra de facções ocorrida no início desta semana naquela área, mas especula-se que a ação dos bandidos é que preciptou a decisão judicial e a operação conjunta das forças de segurança pública.