Por volta das 08h30 desta quarta-feira (12), uma adolescente de 15 anos compareceu à Delegacia, acompanhada de sua genitora, relatando que, por volta das 06h50, estava caminhando em via pública, com destino à escola Aurivaldina Joazeiro (antigo Colégio Modelo), quando estava descendo a ladeira que dá acesso ao bairro Primavera, foi abordada por um condutor de um veículo que encostou ao seu lado e, mediante ameaça de arma de fogo, ordenou que ela entrasse no carro.
Ao entrar no veículo, visualizou que o motorista estava fardado e que se tratava de um policial militar, cujo indivíduo passou a perguntar se a adolescente era virgem, idade, endereço e número de telefone. Com medo, a vítima respondeu que residia no bairro Primavera.
O policial continuou dirigindo e, em dado momento, no início da rua do colégio, parou o veículo e começou a beijar a adolescente, chegando a morder de forma leve a sua boca e a passar a mão em sua genitália por cima da calça.
A adolescente não sabe dizer quanto tempo ficou no veículo, mas confirma que o policial disse que iria “comê-la” dentro do veículo e que não a levaria para outro lugar, pois estava indo para a cidade de Prado. Disse ainda que estaria aguardando-a no dia seguinte às 10h, no ponto de ônibus.
Ao chegar em frente a escola, o policial militar baixou os vidros e cumprimentou o vigilante da escola que estava na porta. A adolescente desceu e foi direto conversar com a diretora, relatando tudo que havia acontecido, momento que foi feito contato com sua genitora e orientada a procurar a delegacia.
Em face dos fatos, os policiais civis da delegacia de Itamaraju, de posse das informações da placa informada pela adolescente, logrou êxito em identificar o veículo e, em consulta nos sistemas da polícia civil, verificou-se que o veículo é de propriedade de um policial militar de 36 anos, lotado na 88ª CIPM de Alcobaça/BA.
A comandante da CIA PM em que ele trabalha foi comunicada e foi realizada a apresentação do policial, que recebeu voz de prisão na Delegacia, onde, acompanhado de sua advogada, alegou que ofereceu carona a uma adolescente que se encontrava parada, aguardando transporte e que no trajeto, de aproximadamente um quilômetro, convenceu ela a deixá-lo beijar a sua boca de forma consensual. Afirma ainda não ter passado a mão na genitália da adolescente.
Os policiais civis lograram êxito em localizar câmeras de segurança que registraram o momento em que o veículo conduzido por policial abordou a adolescente, sendo que esta não se encontrava parada, esperando transporte, e, sim, a caminho da escola, que ficava a uma distância de um quilômetro de onde foi abordada, fato que contradiz o argumento do policial flagranteado.
O policial preso confirmou que não conhecia a adolescente, alegando que foi a primeira vez que ofereceu carona a menor desconhecida.
Foi lavrado auto de prisão em flagrante pelo crime de estupro, qualificado pelo fato de se tratar de vítima adolescente.
A adolescente foi encaminhada para acompanhamento psicológico e o preso encaminhado para custódia no quartel da polícia militar onde se encontra à disposição da justiça.