Polícia identifica responsáveis por ameaças a escolas no interior da Bahia

Entenda relação destes casos com outros divulgados recentemente

Polícia identifica responsáveis por ameaças a escolas no interior da Bahia
Foto: Alberto Maraux

Após os recentes ataques a escolas, a Polícia Civil de São Paulo registrou sete boletins de ocorrência, envolvendo planos de adolescentes de possíveis ataques à escolas.

O secretário da Segurança Pública daquele estado reforçou o pedido para que as pessoas parem de compartilhar imagens do ataque ocorrido dentro de uma escola estadual na manhã de segunda-feira (27/3). A SSP-SP está preocupada com o chamado “efeito contágio”, termo baseado em pesquisas, que apontam estímulo a casos semelhantes quando a mídia repercute um massacre.

A suspeita é de que a ampla divulgação de imagens do ataque ocorrido na escola da Vila Sônia, na segunda-feira, no qual uma professora morreu e cinco pessoas ficaram feridas, esteja motivando esses adolescentes.

Segundo depoimento à Justiça prestado pelo autor do atentado, o menor disse que se baseou em exemplos que viu na mídia.

O secretário da Segurança Pública de SP, Guilherme Derrite, pediu à imprensa para que cesse a divulgação de imagens do ataque na escola da Vila Sônia. Derrite acrescentou que quem compartilhou mensagens com o autor do crime, pela internet, também será investigado.

Outros estados também registros boletins. Na tarde dessa terça, a polícia militar do Rio de Janeiro foi acionada, depois que um aluno foi contido por funcionários da Escola Municipal Manoel Cícero. Ele tentou atacar colegas com golpes de faca.

E em Águas Claras, no Distrito Federal, o batalhão escolar da Polícia Militar foi acionado após um aluno criar um perfil no Instragram, ameaçando fazer um massacre no colégio de ensino fundamental onde estuda.

Na Bahia, o trabalho de inteligência e investigação da Polícia Civil resultou na identificação, nesta segunda-feira (10), de dois adolescentes responsáveis por ameaças de ataques a escolas no interior do estado. As ações ocorreram separadamente em Vitória da Conquista e Itarantim.

No primeiro município, equipes da 10ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Vitória da Conquista) conseguiram identificar o autor de ameaças feitas no último domingo (9) a alunos e funcionários de uma escola.

Assim que tomou conhecimento das informações, que foram difundidas nas redes sociais, a Polícia Civil da Bahia iniciou a apuração do caso, encontrou a pessoa e, na manhã desta segunda (10), conduziu-a a uma delegacia.

O suspeito é um adolescente, que foi encaminhado, junto com seu pai, para o Núcleo para o Adolescente Infrator (NAI). Foi registrado um Boletim de Ocorrência Circunstanciado (BOC) pelo ato infracional análogo ao crime de ameaça.

A rede de apoio psicossocial do município, por meio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), fará o acompanhamento do jovem.

No segundo caso, em Itarantim, funcionários de um colégio estadual registraram ocorrência na qual relataram a ameaça realizada por um perfil apócrifo em uma rede social.

Os policiais da Delegacia Territorial do município apuraram se tratar de um aluno do centro educacional e, em diligência realizada no endereço do adolescente, encontraram o celular usado para fazer as postagens, além de um caderno com desenhos que remetiam ao nazismo.

O jovem foi apreendido e, na unidade policial, também foi registrado um BOC, pelos atos infracionais análogos aos crimes de ameaça e apologia ao crime.

A Polícia Civil continua monitorando as redes sociais e ocorrências registradas. Quem tiver conhecimento de ataques sendo planejados pode ligar para o número 181, do Disque Denúncia da Secretaria da Segurança Pública (SSP), sem precisar se identificar. 

Em Teixeira de Freitas, Prefeitura divulgou nota esclarecendo fake news que surgiu em Alcobaça dando conta de um ataque sendo planejado para uma escola teixeirense. Veja a nota:

Nesta segunda-feira (10), uma notícia falsa foi publicada no site da Prefeitura Municipal de Alcobaça, com o intuito de estimular o pânico entre professores, pais e estudantes das escolas de Teixeira de Freitas.

Por meio das redes sociais, o prefeito Zico de Baiato afirmou que a plataforma foi violada, sem a confirmação de ser um ataque hacker. A situação já foi resolvida pela equipe responsável, com o site funcionando novamente, e estão sendo tomadas medidas de segurança para evitar situações semelhantes.

Ações do governo federal

Um canal de denúncias exclusivo e o desenvolvimento de um protocolo para que escolas, públicas e privadas, saibam como lidar com a questão da violência, são algumas das propostas a serem debatidas grupo de trabalho criado pelo governo federal depois do assassinato de quatro crianças em uma creche em Blumenau (SC).

O grupo vai funcionar por 90 dias reunindo e representantes de oito Ministérios. O monitoramento das redes sociais e da deep web, uma parte restrita da internet onde conteúdos são trocados de forma anônima e protegida, também será discutido pelo GT.

Protocolo de segurança escolar é proposta do GT de combate à violência

 

 

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