A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira, 18 de novembro, em Salvador, uma ação de cumprimento de mandado de busca contra um soldado do Exército brasileiro investigado por fraudes no auxílio emergencial do governo federal.
O mandado, expedido pela 17ª Vara Federal, tem o objetivo de apreender documentos, computadores, celulares e quaisquer outras provas que reforcem a suspeita da prática criminosa. Além da busca, foram determinadas também a quebra do sigilo bancário do investigado e o bloqueio dos valores depositados em sua conta.
O cumprimento do mandado, de acordo com a PF, é uma continuidade às ações nacionais para o enfrentamento das fraudes ao auxílio emergencial, a exemplo da Operação Primeira Parcela, deflagrada em Simões Filho, na região metropolitana de Salvador, no último dia 9 de novembro.
Ainda segundo a PF, conforme apurado, o investigado utilizou indevidamente os dados das vítimas, legítimos beneficiários, sem o seu conhecimento, para realizar o cadastro para recebimento do auxílio emergencial. Em seguida, o soldado transferiu os valores para sua própria conta, através de boletos bancários.
Nos dados analisados, referentes a apenas uma semana, a PF destacou que o militar cadastrou pelo menos 13 contas de forma fraudulenta, resultando num desvio de mais de R$ 10 mil. A polícia, entretanto, acredita que a fraude seja muito maior, na medida em que os dados se referem a um curto período analisado, e também apenas aos casos em que as vítimas formalizaram a contestação junto à Caixa Econômica Federal.
A PF destacou que o investigado responderá inicialmente pelo crime de furto qualificado mediante fraude, podendo alcançar até 8 anos de reclusão.
A ação desta quarta-feira é resultado da Estratégia Integrada contra as Fraudes ao Auxílio Emergencial (EIAFAE), da qual participam a Polícia Federal, o Ministério Público Federal (MPF) o Ministério da Cidadania (MCid) , a Caixa Econômica Federal (CEF), a Receita Federal (RF), a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (CGU). O objetivo da Estratégia Integrada é a racionalização dos procedimentos de apuração criminal sobre a temática, com foco na atuação de grupos, associações ou organizações criminosas e a desarticulação de fraudes estruturadas.
A PF afirmou ainda que todos os pagamentos indevidamente realizados são objeto de análise por parte da Polícia Federal e das demais instituições integrantes da EIAFAE. Por isso, a corporação orienta que àqueles que, por equívoco, requereram ou receberam as parcelas não preenchendo os requisitos, que realizem a devolução dos valores, sob pena de estarem passíveis de ter sua ação objeto de investigação criminal em ações que continuarão a ser desencadeadas.
Fonte: G1 BA