Afirmo que as desigualdades não podem ser eliminadas do mundo, mas a caridade precisa ser exercida pelos ricos, e a paciência, pelos pobres, que são carentes, onde, na sua habitação, o quarto sempre olha saturado de pobreza. Cama, mesa, de tudo emana uma realidade austera, apelos do mundo em que é preciso viver e que, sem dinheiro, se torna tão hostil e perigoso.
Possibilidade de estar enlouquecendo, como se um arame comprimido, invisível, estivesse sendo enroscado dentro da sua cabeça. E muito dinheiro, o que faz? Sem sabedoria, o prazer do conforto pode desfocar a visão da realidade, pois os ricos flutuam em um tipo de névoa espessa, um estado derivado de um sonho permanente em que todos os sentidos ficam anestesiados, não vivem o mundo real.