Pobres em espírito

“Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus.” (Mateus 5.3)

A ideia de pobreza não nos agrada. Pobreza, seja de que tipo for. Não queremos ser pobres. Como disse certo homem, “já fui rico e já fui pobre; ser rico é muito melhor!” Ser pobre é ruim. Mas é enaltecendo a pobreza que Jesus inaugura as bem aventuranças – seus princípios para a felicidade, para se ter um verdadeiro futuro. Costumamos falar de pobreza relacionada ao espírito – pobreza de espírito – como algo negativo, indicando pequenez, visão reduzida e alma mesquinha. Jesus fala de pobre em espírito ou no espírito, dando a entender algo como sentir-se necessitado e desprovido do que não pode ter por si mesmo. Entendemos pouco dessa pobreza. E a falta desse entendimento nos faz iludidos sobre as riquezas. Vemos brilho onde, de fato, ele não está. Corremos atrás do vento. É preciso a pobreza em espírito para que entendamos de valor e riqueza.

O pobre em espírito é quem reconhece sua incompletude, sua necessidade de Deus e do próximo. Afinal, é pelo amor a Deus e ao próximo que podemos orientar a vida para o rumo certo. Quem abdica de um ou do outro vive andando em círculos existencialmente. Pode realizar muitos movimentos, mas sem efetivo deslocamento na direção do propósito de sua vida. Ele se desvencilhou das ilusões do poder do dinheiro e já percebeu quão incertas são as riquezas. Pobres em espírito todos somos, mas é preciso perceber. É preciso visão espiritual que somente Deus pode conceder. Pobres em espírito anseiam por Deus. Desaceleram para tentar encontrar aquilo de que sentem falta, em lugar de acelerarem para fazer calar o que lhes falta. Pedem e buscam, em lugar de apenas trabalhar e lutar. Sabem que precisam depender, pois sem o favor divino, só lhes resta a conformar-se à pobreza ou negá-la.

Nossa nação não precisa de mais ricos. Precisa de mais pobres. Deste tipo de pobres apontado por Jesus. Só estes pobres podem possuir riquezas e usa-las para a glória de Deus e o bem do próximo. Só este tipo sabe, verdadeiramente, o valor do que possuem. A maior miséria do Brasil é sua falta de pobres em espírito, enquanto é dominado pela “pobreza de espírito”. Precisamos de políticos e governantes pobres em espírito. Mas somente eleitores pobres em espírito serão capazes de reconhece-los e elege-los. Precisamos de igrejas e cristãos pobres em espírito. Há ricos demais nos domínios da fé evangélica! Disseram os jornais internacionais, por ocasião das Olimpíadas do Rio, que o Brasil sabe fazer uma festa. É verdade. Sabe mesmo! Mas somos felizes? Temos diante de nós um futuro promissor? Para isso é preciso que sejamos pobres em espírito. O futuro e a felicidade pertencem aos pobres em espírito!

 

ucs

 

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui