Pesquisador aponta que vazamento de óleo pode ocorrer abaixo da superfície no sul da Bahia

Imagem descoberta por laboratório da Ufal tem 55 km de extensão e 6 km de largura, a uma distância de 54 km da Costa do Nordeste

Pesquisador aponta que vazamento de óleo pode ocorrer abaixo da superfície no sul da Bahia
Imagem mostra vazamento de óleo em formato de meia lua com 55 km de extensão — Foto: Divulgação/Lapis

O Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) identificou um padrão característico de manchas de óleo no oceano que pode explicar a poluição que acomete o litoral do Nordeste.

Segundo o pesquisador Humberto Barbosa, as imagens de satélite mostram que há um grande vazamento de óleo abaixo da superfície do mar, na região sul da Bahia. A Marinha negou a informação.

Pesquisador aponta que vazamento de óleo pode ocorrer abaixo da superfície no sul da Bahia
O pesquisador Humberto Barbosa. Foto: Reprodução/TV Gazeta

A imagem descoberta pelo pesquisador tem 55 km de extensão e 6 km de largura, a uma distância de 54 km da Costa do Nordeste e foi divulgada durante a madrugada desta quarta-feira (30).

Ontem tivemos um grande impacto, pois pela primeira vez, encontramos uma assinatura espacial diferenciada. ela mostra que a origem do vazamento pode estar ocorrendo abaixo da superfície do mar. Com isso, levantamos a hipótese de que a poluição pode ter sido causada por um grande vazamento em minas de petróleo, ou pela sua localização, pode ter ocorrido até mesmo na região do pré-sal“, diz o pesquisador.

Toda a região que foi analisada pelo pesquisador nas imagens está perto de áreas de exploração de petróleo, conforme mapeamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Segundo Humberto Barbosa, há cerca de 60 dias, foi encontrado em imagens de satélite manchas menores de óleo no mar, mas, como o piche estava fragmentado, não tinha como identificar o vazamento de óleo.

Análise durante 60 dias das imagens de satélite sobre as manchas de óleo — Foto: Divulgação/Lapis
Análise durante 60 dias das imagens de satélite sobre as manchas de óleo — Foto: Divulgação/Lapis

Durante esse tempo foi uma montagem de quebra-cabeça, até que na segunda [28], descobrimos a peça chave, foi a primeira vez que observamos uma imagem de satélite que detectou uma faixa da mancha de óleo original, ainda não fragmentada e não carregada pelas correntezas“, diz Barbosa.

O Lapis também observou, a partir de imagens retroativas de satélites, manchas de petróleo no Sudeste do Brasil, precisamente esse tipo de poluição ocorrendo, em menor volume, próximo à Costa do Espírito Santo.

Pesquisador aponta que vazamento de óleo pode ocorrer abaixo da superfície no sul da Bahia
Navio da MB realizando monitoramento nas redondezas de Abrolhos. Foto: Divulgação/Marinha do Brasil

Entretanto, o padrão localizado é diferente do que foi detectado no Sul da Bahia.

As imagens mostram que há pequenas quantidades de óleo espalhadas pelo oceano, motivo porque o Brasil precisa estabelecer um monitoramento mais consistente do oceano. Mas a quantidade de petróleo identificada na imagem de ontem, próximo à Costa da Bahia é de uma enorme extensão“, afirma.

Imagem mostra como ocorre o processo de fragmentação de petróleo no mar — Foto: Divulgação/Lapis
Imagem mostra como ocorre o processo de fragmentação de petróleo no mar — Foto: Divulgação/Lapis

Fonte: G1 AL

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