“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, por meio de quem obtivemos acesso pela fé a esta graça na qual agora estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.” (Romanos 5.1-2)
A fé cristã nos propõe perspectivas, formas de olhar a vida. Um jeito novo de viver a vida. O centro de tudo é Deus e somos desafiados a crer. Deus nos ama e no mais sublime ato histórico de Seu amor enviou Jesus (Jo 3.16). Sua vinda foi a prova do amor sem medida que Deus tem pelos seres humanos. Foi assim que Paulo entendeu e explicou aos cristãos de Roma (Rm 5.8). Eu e você estamos incluídos neste amor. Jesus veio por todos, mas também por cada um de nós. Ele veio por mim e por você, porque Deus nos amou. Jesus entregou-se em sacrifício por nós. Se não entendemos o amor de Deus (e não entendemos), mais confusos ainda ficamos com o sacrifício de Cristo. As Escrituras dizem que Ele morreu como o Cordeiro de Deus para tirar o pecado do mundo (Jo 1.29), numa alusão ao sistema religioso judaico descrito no Antigo Testamento. Os primeiros leitores do Evangelho entendiam esta figura com mais facilidade que a entendemos hoje.
Depois de ir ao sacerdote com um cordeiro e confessar seus pecados, em obediência à Lei descrita por Moisés, o israelita do Antigo Testamento voltava para casa em paz com Deus. O sacerdote sacrificava o cordeiro, que morria no lugar do pecador. Jesus é o nosso Cordeiro de Deus entregue por nós. Nós não o levamos a Deus, Ele o trouxe a nós. Ele próprio fez a oferta por nossos pecados. O israelita repetia o sacrifício inúmeras vezes ao longo da vida. O Cordeiro de Deus foi sacrificado uma única vez e abriu a porta da graça, definitivamente, para que pecadores sejam perdoados (Hb 9.12). Tudo isso olhado de onde estamos, em pleno século 21, cheio de nossa própria lógica e racionalidade, é muito estranho! Somos desafiados a viver pela fé no Filho de Deus que se entregou por nós. E é como podemos viver em paz com Deus e ter esperança.
A paz com Deus, ou amizade com Deus, ou qualquer outro termo que usemos para expressar um relacionamento harmonioso com Deus, não é possível por meio de nosso próprio esforço ou auto aperfeiçoamento. Se fosse teríamos recebido as regras para seguir e pronto. Mas não é, pois não daríamos conta! Ser pecador é algo para além do comportamento. Afeta nosso interior e corrompe nossas intenções e motivações. Podemos impressionar pessoas com nossos atos de bondade, mas Deus vê o coração. E vendo, diz: “Minha graça te basta” (2Co 12.9). Ele faz as pazes conosco primeiro e depois nos aperfeiçoa. Isso é amor! Sua graça é um dom de Seu amor! E, amados graciosamente, podemos superar nosso comportamento como pecados e agirmos melhor. A fé cristã muda perspectivas e comportamentos. As mudanças não são uma condição, são uma consequência. Parece-nos estranho, mas é assim o Evangelho.