Pelourinho

Pelourinho

Um centro cultural que faz parte do passado e é preciso coragem para revalorizá-lo, no seu ar despojado, dos palacetes, assimétricos, daí, talvez o arrojo de suas cores vivas que precisam ser revitalizadas, não é propriamente a história da tranquilidade o que está ali é, sim, a história da opressão da raça negra.

Há uma dura luta de momentos do passado que apesar de corroídas, se mantém de pé na memória do tempo, e nas cores mais densas há uma lividez daquilo que mesmo torto está de pé. Suas ruas de paralelepípedos são o passado de mortificação de um povo, como se fosse o silêncio de um portal.

As cores tomam um tom do que estivessem entre vida e morte, uma intensidade de crepúsculo. Há bronze velho nas cores quietas e ferro; nos portais das igrejas. São muros de um Cristo que está ausente, mas os muros estão ali, e tudo é tocável: as mãos também a olham. Pelourinho, violência e martírio.

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