Pela primeira vez, ciência consegue reverter envelhecimento dos óvulos

Pela primeira vez, ciência consegue reverter envelhecimento dos óvulos
Pela primeira vez, ciência consegue reverter envelhecimento dos óvulos. Foto: Olhar digital

A ciência avança em direção de reverter ou retardar o envelhecimento dos ovários e dos óvulos, para que se torne possível para as mulheres que desejam ter filhos em idades mais avançadas. Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Hebraica de Jerusalém, localizada em Israel, descobriram como esse mecanismo que envelhece os óvulos funciona e assim, conseguiram revertê-lo com um antiviral inicialmente criado para o tratamento da Aids, a Zidovudina ou AZT.

Isso porque ainda na juventude, os óvulos começam a acumular danos ao seu material genético e vai fazendo com que – gradualmente – os gametas não consigam mais amadurecer e serem fertilizados após os 35 anos. O motivo é porque parte considerável do genoma humano é feito de sequências semelhantes a vírus ou fragmentos de vírus, que são os responsáveis por danificar o óvulo.

O estudo foi recém-publicado na revista científica Aging cell e nele, os pesquisadores identificaram que o envelhecimento do óvulo provoca a perda de processos do gameta responsáveis por impedir que essas partes prejudiciais do material genético se tornem ativas. O time testou se um antiviral chamado inibidor da transcriptase reversa, usado para prevenir danos ao DNA em infecções virais, poderia mesmo impedir a atuação das partes danosas do material genético do óvulo.

Depois, eles adicionaram doses baixas do antiviral AZT (Zidovudina), indicado para o tratamento da Aids, em óvulos mais velhos de camundongos. O processo conseguiu resgatar parcialmente os gametas envelhecidos, com os índices baixos de maturação sendo elevados em até 28,6%, o que é um resultado positivo, o primeiro do tipo a conseguir reverter o processo de envelhecimento dos óvulos.

“Dentro de uma década, esperamos ser capazes de aumentar a fertilidade entre mulheres mais velhas utilizando medicamentos antivirais”, explicou o autor principal do estudo, em comunicado, Michael Klutstein, chefe do Laboratório de Pesquisa em Cromatina e Envelhecimento da Universidade Hebraica de Jerusalém.

Ainda há dúvidas sobre a capacidade final do procedimento de restaurar a fertilidade dos óvulos, mas o estudo já é uma boa notícia numa época em que a decisão de ser mãe possa ser mais mais tarde. De acordo com os dados do IBGE, entre 2008 e 2018, o número de nascimentos em que as mães tinham menos de 30 anos diminuiu e aumentou a quantidade de mulheres que se tornaram mães após essa idade.

Fonte: Olhar Digital

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