“Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor.” (Hebreus 12.14)
A vida cristã é fruto da graça e misericórdia de Deus. Não viveríamos com Deus e teríamos um relacionamento com Ele se Ele próprio não providenciasse os meios e não pagasse a conta. A nossa relação com Deus, quem sustenta é Ele e não nós! Isso precisa ficar claro para que em nenhum momento pensemos que somos nós ou que seja por meio do que fazemos que as coisas entre nós e Deus aconteçam. Não fomos nós que iniciamos isso e nós não somos capazes para sustentar isso. Tudo vem de Deus. Ele nos amou primeiro (1 Jo 4.19). Não fomos nós que o buscamos, foi Ele quem nos buscou (Is 53.6). Somos a dracma perdida, a ovelha perdida e o filho pródigo na sequência de parábolas que Jesus conta em Lucas 15.
Mas há algo que nos cabe e que é determinante para que desfrutemos do que Deus já fez, faz e fará por nós. Algo indispensável, embora não seja decisivo. Foi decisivo o fato de Deus nos amar e vir a nós. É indispensável que creiamos e respondamos ao Seu amor. E a nossa resposta ao amor de Deus se dá com movimentos em duas direções: em direção ao próprio Deus e em direção ao próximo. Não existe vida com Deus sem vida com o próximo. Não existe amor a Deus sem amor ao próximo. A fé de quem não crê assim, de que se sente pleno em cantar um louvor a Deus e lava as mãos em relação ao próximo é uma farsa. O mandamento fundamental do Deus de Jesus nos diz que devemos amar nessas duas direções. Amar a Deus e ao nosso próximo (1 Jo 4.20-21). O verso de hoje confirma isso! Normalmente nos lembramos dele quando falamos em santidade, e nem sempre quando falamos em comunhão, em amor e relacionamento com o próximo. Mas, assim como o mandamento, ele nos traz os dois aspectos, como duas faces da mesma moeda.
São dois aspectos interdependentes da fé cristã: amor para com Deus está para santidade e amor para com o próximo está para a paz entre nós e ele. É na medida em que somos santos na relação com Deus, é irresistível que isso alimente em nós a atitude de vivermos em paz com todos. E quando compreendemos o valor e importância do próximo, e nos esforçamos para viver em paz com ele, estamos igualmente fortalecendo nossa santidade na relação com Deus. Mas sabemos pouco de amor e sabemos pouco de santidade e de comunhão. Se nos fizermos inimigos, juízes ou se somos indiferentes ao nosso próximo, o deus a que estamos nos conformando não é o Deus de Jesus, mas um outro que nós mesmos criamos com nossa religiosidade e pretensa espiritualidade. O Deus de Jesus nos amou e nos aceitou como somos. Ele nos envia a amar e aceitar os outros como são. Em Seu amor e aceitação, Ele nos transforma. Em nosso amor e aceitação é que poderemos ser uma benção para nosso irmão. E nos amando nos colocamos expostos para que Deus realize em todos nós a transformação que Ele deseja. E viveremos em paz uns com os outros e veremos a Deus. Não apenas no final, mas no caminho, cada dia, uns e outros, uns com outros, todos para Ele!