“Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais costumavam viver, quando seguiam a presente ordem deste mundo e o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência. Anteriormente, todos nós também vivíamos entre eles, satisfazendo as vontades da nossa carne, seguindo os seus desejos e pensamentos. Como os outros, éramos por natureza merecedores da ira.” (Efésios 2.1-3)
Paulo encerra o capítulo um dizendo que os que se rendem a Deus formam a igreja da qual Cristo é o líder e são chamados a agir da história para glória de Deus, sob a influência do Espírito Santo. E inicia o capítulo dois chamando atenção daqueles irmãos para quem eles eram, antes que Deus fosse misericordioso com eles. Sua linguagem é intensa: vocês estavam mortos, presos a transgressões e pecados, seguindo o rumo comum que todos seguem, um rumo influenciado por satanás e que ainda é seguido por muitos. É assim que ele descreve o passado daqueles irmãos.
Todos temos um passado e, não importa como tenha sido, pode ser inspirador. O que torna um passado inspirador é o que o presente demonstra que fizemos na vida, apesar dele. Na experiência cristã, o que o presente demonstra que Deus está fazendo, apesar de nós! Há cristãos que, tendo sido alcançados pela misericórdia e levados ao conhecimento da graça de Deus, talvez pela religiosidade que abraçam ou são levados a praticar, tornam-se pessoas duras, que nutrem um certo “senso de juiz” contra os outros. Na ânsia de serem “santos” tornam-se austeros e vivem deixando claro que são “diferentes” dos demais, sendo indispostos com tudo que não lhes pareça compatível com o que acreditam ser o “padrão de Deus”.
Ao ler a descrição que Paulo faz do passado daqueles cristãos (e de todos os cristãos) devemos ser inspirados em outra direção: ao temor, humildade e misericórdia. Temor porque fomos amados em vez de julgados, humildade porque fomos favorecidos sem merecermos, e misericórdia porque “os outros” são exatamente o que seríamos, sem o favor de Deus. Gente com o passado descrito por Paulo deve saber que é frágil e amar os caídos, deve ser um sinal da misericórdia e não do juízo, deve colocar-se ao lado e não, acima. Afinal, onde estaríamos se Deus não tivesse nos alcançado? A igreja da qual Jesus é o líder é formada por pessoas cujo passado deve ser inspirador, por demonstrar o que Deus faz com pessoas mortas em transgressões, filhas da ira e que sabiam apenas viver para si mesmas!