“Entregue o seu caminho ao Senhor; confie nele, e ele agirá” (Salmos 37.5)
Há circunstâncias em que o mal e aqueles que estão entregues a ele prevalecem. Isso não é absurdo para um mundo que está sob o poder do Maligno (1 Jo 5.19). Para os que querem o bem e anseiam pelo Reino de Deus é possível que enfrentarão frustrações devido ao aparente progresso dos que fazem o mal. Desde a queda é isso o que muitas vezes acontece. O escritor de Eclesiastes já dizia: “os sábios nem sempre têm comida; os prudentes nem sempre são ricos; os instruídos nem sempre têm prestígio” (Ec 9.11). Quando a vida segue seu rumo torto, os maus prosperam e os bons sofrem. E alguns que creem, vacilam, e muitos desistem de crer e alimentam dúvidas sobre Deus.
O mundo está sob o poder do Maligno porque ele tem prevalecido no coração humano por meio do egoísmo, ambição desmedida, ganância. Isso nos coloca em desarmonia com as ideias de Deus sobre como viver e o que priorizar e a vida se organiza de maneira injusta, contribuindo para o pior na história de todos nós. A alguns impondo pobreza, privação e dor, levando-os a perguntar: onde está Deus? A outros possibilitando riqueza, consumismo e prazer, levando-os a esquecerem-se de Deus. O Criador entregou-nos este mundo e não temos feito um bom trabalho, eufemisticamente falando.
Mas Deus sempre terá a última palavra. Ele respeita nossa autonomia mas não abre mão de Sua soberania. A dor não vai durar para sempre e os injustos verão o juízo. E se as riquezas de alguém estão aumentando, que o coração não seja colocado nelas (Sl 62.10). Num mundo mal a vida não é fácil, mas podemos submeter nossa autonomia a Deus e confiar nos resultados. Não devemos pretender simplesmente escapar, nos ver protegidos de toda dor e supridos em toda necessidade. Entregues a Deus devemos ser uma mensagem viva de que Deus é bom e é eterno o seu amor. De que Ele sustenta o cansado, dá forças ao abatido e concede sabedoria a quem pede. O Brasil precisa de esperança e ela está em Deus.