País teve 65 dias de calor extremo devido às mudanças climáticas

País teve 65 dias de calor extremo devido às mudanças climáticas
País teve 65 dias de calor extremo devido às mudanças climáticas. Foto: Reprodução/Seconar Service

De 15 de maio de 2023 a 15 de maio de 2024, o Brasil registrou, em média, 65,9 dias adicionais de altas temperaturas devido ao aquecimento global provocado pelas atividades humanas. Na média mundial, o índice foi de 26 dias. Os dados são de um relatório elaborado pelas organizações WWA (World Weather Attribution), Climate Central e Centro Climático da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, divulgado nesta terça-feira (28).

Nesse período, 6,3 bilhões de pessoas (cerca de 78% da população global) viveram pelo menos 31 dias de calor extremo —definidos como aqueles mais quentes do que 90% das temperaturas observadas na região durante o período de 1991 a 2020. No Brasil, 81,8 dias atingiram esse patamar de maio de 2023 a maio de 2024 —em um cenário sem a influência da mudança climática, seriam 17,8 dias.

O levantamento se baseia em técnicas de atribuição climática, ciência que busca determinar a influência do aquecimento global em eventos climáticos extremos. A partir de critérios como a duração de eventos com temperaturas muito altas, mortes por calor e perturbações em setores econômicos, o estudo identificou 76 ondas de calor extremo em 90 países diferentes no último ano.

O ano de 2023 foi o mais quente registrado na história, com diferentes recordes sendo superados, como o da temperatura dos oceanos e o de degelo marinho. Todos os últimos 12 meses quebraram o recorde de calor para aquele respectivo mês. As altas temperaturas se reverteram em diversos eventos climáticos históricos, como os incêndios florestais no Canadá, as inundações na Líbia, a seca na amazônia, e, mais recentemente, as enchentes devastadoras no Rio Grande do Sul.

“A queima contínua de carvão, petróleo e gás liberou gases de efeito estufa suficientes para aquecer o planeta em 1,2°C desde os tempos pré-industriais. Ano após ano, as alterações climáticas induzidas pelo homem manifestam-se através de eventos climáticos extremos mais intensos e frequentes, sendo as ondas de calor as mais dramaticamente afetadas”, aponta o relatório.

Fonte: Bahia.ba

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