Pai

Pai

Um olhar que era como chama da verdade eram os olhos do meu pai. Olhos de muitas virtudes, em dados momentos. Os nossos olhares se encontram e eu, tentava decifrar o seu belo pensamento, pois sabia que sempre tinha as palavras corretas para abordar um assunto delicado, havia neles uma certeza, que conservava em meio a feições cada vez mais marcadas pelos estragos da velhice, com seus olhos castanhos, que tinha julgado meio mundo de situações trabalhistas, eram agudos como punhais.

Tento imaginar quando nasceu daquela pequena cidade do sertão,não havia luz elétrica e a única diversão eram as histórias contadas por minha avó, onde não havia limites entre o imaginário e o viver de verdade pois o que a vida negava naquele sertão pobre, a imagem dos sonhos claros fez de conta que foi realmente vivido. A perda de meu pai, criou um vácuo no meu coração.

Foi-se a melhor parte da minha vida, restou só no mundo. Note que a solidão não me é enfadonha, antes me é grata, porque é um modo de viver com ele, ouvi-lo, assistir aos mil cuidados que tinha comigo.

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