PAI

PAI

Pai, do latim “patre; “também chamado de genitor é a figura masculina de uma família que tenha um ou mais filhos e assume o primeiro grau de uma linha ascendente de parentesco.

Permaneço em silêncio. Trechos de minha vida, como pai, vem a mente. Quando o sono não me bateu com força nem conseguiu me afundar nas profundezas, onde tudo é macio e a gente se perde do mundo, mas me deixou em um limbo, que era como dormir acordada, preso a um espaço minusculo entre as pálpebras fechadas e os olhos.

Meu filho pediu para ir a Polônia, com apenas dezoito anos, disse estar gostando de uma polonesa ou quando foi assaltado junto com a namorada em Lauro de Feiras, mais de meia noite. Na vida de um pai, o filho está na ponta de uma corrente mágica de amor que une à família e seu destino. Esse amor que vincula é uma necessidade elementar, o profundo desejo de pertencer à família. Por um lado, ele nos une como fonte de força a tudo o que é grandioso e bem-sucedido na família; por outro, a tudo o que é incompleto e difícil, a todo peso e a toda culpa.

Quando finalmente consegui dormir, pensando no futuro dos filhos, caí em um sono leve e contaminado pelas sensações externas. As sombras, as luzes, os barulhos, o peso das cobertas sobre meu corpo, o frio dos lençóis, o cheiro úmido do travesseiro. Mas nem sempre é necessário tornar-se forte e com pensamentos positivos. Temos que respeitar a nossa fraqueza. Então, são lágrimas suaves, de uma tristeza legítima à qual temos direito. Elas correm devagar e quando passam pelos lábios sente-se aquele gosto salgado, límpido, produto de nossa dor mais profunda, de viver num país que não oferece futuro. Reconhecer a luta do filho, às vezes inútil.

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