“Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedrejas os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram”! (Lucas 13:34)
Temos pensado em como o feminino nos revela Deus. Hoje pensaremos a respeito da paciência e insistência d’Ele. Todo ser humano pode ter essas duas características, porém, a mulher tem um perfil de acreditar um pouco mais na relação e na insistência esperançosa sobre alguém. Por exemplo: em dia de visita em penitenciária a maioria das pessoas que estão ali para visitar seus filhos não são os pais, mas sim as mães. Há uma elasticidade nesse coração materno que nos é misterioso. O filho pode fazer o que for e a mãe terá mais probabilidade de continuar acreditando e o acolhendo insistentemente quantas vezes for necessário. Coração de mãe é diferente de coração de pai. Não há um melhor do que o outro. Só são diferentes.
“Quantas vezes”. Insistência. Perseverança. “Quantas vezes”. A figura que o evangelho utiliza nessa passagem pra falar sobre a insistência em querer cuidar e acolher é de uma mãe. A mãe quer nutrir os laços. A mãe quer apaziguar os filhos. A mãe quer restaurar os vínculos. A mãe quer reunir a família como um corpo. Deus também é assim. Quantas vezes Deus acredita em nós como filhos e continua insistindo para que sejamos transformados? Ele nos deseja perto e não desiste desse relacionamento. A maior prova dessa paciência e insistência divina é a cruz. A cruz mostra o quão longe Deus foi capaz de ir atrás da humanidade caída. O lindo do Evangelho é isso: é Deus quem investe na relação e se doa por completo para alcançar o alvo de Seu amor.
Makrothumia: makros (longo, distante, grande) + thumos (cólera, ira, furor). A quarta palavra na lista do fruto do Espírito em Gl 5:22 é makrothumia, para nós traduzida como “paciência”, ou então como “longanimidade”. Seria, pois a demora em se consumir em furor, a distância percorrida até se chegar à ira. Deus é extremamente paciente. Se uma mãe consegue expressar essa longanimidade na espera de mudança na vida de um filho, quanto mais o próprio Deus. Ele é infinito em misericórdia. Ele sabe esperar, pois Ele é o senhor e o criador do tempo. Ele continua querendo nos reunir debaixo de suas ternas asas. É bom saber que temos um ambiente materno como esse, onde podemos ser protegidos, acolhidos e agrupados pelo nosso Deus maravilhoso, que pacientemente nos aguarda.
Pr. Rodo