Vivi minha infância em Porto Seguro, no mundo de quintais, onde as crianças viviam de fantasias, brincadeiras e alegrias. Mundo com liberdade, com riachos e matagais, de pessoas simples e acolhedoras. Nunca foi órfão, mas vive a experiência deste drama humano, e se fosse órfão pensaria em uma paráfrase de um poema de Robert Frost: “A única saída é atravessar. A única maneira de se chegar ao outro lado do túnel é passando por dentro dele”. A infância é o chão sobre o qual caminharemos o resto de nossos dias, então entrar num mundo desconhecido, sem pais, as incertezas o perseguiráo o resto da vida.
Mas a vida é sempre uma reinvenção. Uma das atrizes mais famosas de todos os tempos, nunca conheceu seu pai. Na verdade, até hoje não se sabe nem quem era e seu nome. A mãe, Gladys, doou a pequena Norma Jeane (Marilyn Monroe ) para uma casa de adoção depois, porque não podia cuidar da filha. Tempos depois, a mãe foi diagnosticada com esquizofrenia e paranoia e Jobs, uma das grandes personalidades do mundo e criador da Apple, teve uma infância bastante conturbada por conta de seus pais.
Filho de um sírio, Abdulfattah Jandali e Joanne Carole Schieble, Jobs quase que não foi concebido. Isso porque o pai de Joanne não podia aceitar a ideia de que sua filha estava casando e tendo um filho com um muçulmano, proibindo a relação dos dois. Sem contar à Janaldi, Schieble foi para os EUA, onde fez o parto de Steve e colocou para adoção. Jobs depois contou que quando conheceu seu pai biológico, não passou de um aperto de mão e depois pediu para sua mãe biológica ordenar ao pai para que ele não contasse a ninguém que se conheceram. Então penso agora que nunca mais vou me achar “grandes coisas ” nisso de avaliar a natureza humana.