“No dia seguinte, por volta do meio dia, enquanto eles viajavam e se aproximavam da cidade, Pedro subiu ao terraço para orar.” (Atos 10.9)
Em Atos temos a história da igreja em seus primeiros passos. Os apóstolos são protagonistas importantes no desenvolvimento dessa história. Pedro é um dos principais. O capítulo 10 de Atos narra uma experiência muito importante do apóstolo. Deus o leva a compreender que os gentios eram também amados e chamados para fazer parte do Reino. O Cristo não era uma dádiva exclusiva para os judeus, mas para todos. Pedro iria começar a entender que Abraão foi escolhido para que, por meio dele, todas as nações da terra fossem abençoadas!(Gn 18.18) Os conceitos judaicos e separatistas de Pedro foram confrontados por Deus: “Não chame impuro ao que Deus purificou.” (At 10.15) Pedro precisava entender que o Evangelho do Reino era um chamado para o mundo todo e não apenas para o povo judeu. Ele ainda pensava ser superior aos gentios, por ser judeu. Mas isso começaria a mudar.
Pedro aprendeu com Jesus sobre a imperiosa necessidade de orar. Ele, inspirado pelo que viu tantas vezes o Mestre fazer, procurava momentos para dedicar-se à oração. Precisamos fazer isso também! Criamos a ideia de que somos seres “multitarefa” – fazemos diversas coisas ao mesmo tempo. E realmente conseguimos fazer, temos capacidade para isso. Especialmente as mulheres me parecerem ter. Mas há momentos que nos dedicamos exclusivamente a algo. Não ficamos o tempo todo em módulo multitarefa. E entre estes momentos em que 100% de nós é dedicado a algo, deve estar a oração. Pois Deus muitas vezes iniciará movimento de mudança em nós, a partir de nossos momentos de oração, como fez com Pedro. E temo que não será assim se a oração sempre for parte do conjunto de tarefas do momento. Estar a sós com Deus é insubstituível!
Pedro subiu ao terraço para orar e os dias seguintes foram de mudanças. Tanto quanto ele, nós precisamos de mudanças. Precisamos repensar conceitos, reconsiderar posições, entender melhor às pessoas, a nós mesmos e à vida. E diante de Deus, em oração, estaremos nos expondo para que Ele inicie processos de mudança em nós. Não precisamos temer, ainda que não gostemos de mudanças. A maioria de nós não gosta! Ainda que envolva desconforto, decepção ou dor, será melhor. As mudanças que Deus promove em nós nos permitem desfrutar mais liberdade, vida e paz. Inclua essa perspectiva em sua experiência cristã: ore para mudar. Para ser melhor amanhã do que é hoje. Há um provérbio que diz: “A vereda do justo é como a luz da alvorada, que brilha cada vez mais até à plena claridade do dia.” (Pv 4.18). Mas isso não acontece por acaso. E, talvez, jamais aconteça, se não orarmos!