A Operação Transbordo, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira, 17 de julho, visa cumprir 173 mandados judiciais expedidos pela 17ª Vara Criminal de Maceió (AL): 106 de busca e apreensão, 64 de prisão e três de interdição de empresas envolvidas em receptação de mercadorias.
A operação acontece em seis estados. Estima-se que a organização criminosa tenha causado um prejuízo superior a R$ 8,6 milhões, só em relação a roubo de cargas e caminhões. Na Bahia, são 36 mandados a se cumprir, dos quais, 25 estão direcionados a Eunápolis e Teixeira de Freitas, de acordo informações do Radar64.
Em Teixeira de Freitas, desde as primeiras horas da manhã cerca de cinco viaturas da Polícia Federal, com apoio da Cipe /MA e representantes da fiscalização estadual, estiveram em diversos pontos da cidade, mas, o foco foi o bairro Colina Verde, onde agentes ocuparam a sede de uma distribuidora de bebidas situada na avenida Amor Perfeito, e outra, localizada na rua Eurídice de Oliveira Santana.
Segundo matéria do Verdades Políticas, o galpão da rua Eurídice já fora alvo de operação em março de 2017, quando a PF teria cumprido mandado de busca e apreensão com o objetivo de coibir o contrabando de cigarros e lavagem de dinheiro. Já em julho do mesmo ano, a PRF e PM teriam achado uma carga com cerca de 90 mil latas de sardinhas e atum enlatados, avaliada em R$ 300 mil, sem nota fiscal; os presentes desconheciam sua origem. Na época, os policiais constataram ainda que os fios de rastreamento do veículo estavam cortados e que possuía dois registros de roubo do caminhão e de carga ligados a ele, chamando a atenção o fato de a mercadoria no galpão ser a mesma que o motorista informou à polícia, em abril, ter sido roubada durante assalto em que fora vítima na estrada, no Pernambuco.
Uma casa na rua Mário de Andrade também foi ocupada por suspeita de seus moradores terem participação em crimes de roubo e receptação; um chaveiro foi solicitado no local para abertura de um cofre.
Segundo a PF, a operação visa desarticular uma organização criminosa envolvida em crimes de furto e receptação de cargas e caminhões em diversos estados do Nordeste e Sudeste, valendo-se de falsas comunicações de crimes de roubo, além de adulteração de veículos, golpes em seguradoras e outros delitos.
A organização criminosa contava com a participação dos motoristas dos caminhões, que simulavam terem sido sequestrados por assaltantes, enquanto outros integrantes realizavam a desativação dos dispositivos de segurança do caminhão e a subtração da carga. Depois disso, o motorista ia até a polícia para registrar a falsa comunicação do crime.
Segundo as investigações, a organização criminosa não tinha um tipo de mercadoria preferencial como alvo. Eles atuavam em qualquer frente, desde que fosse mercadoria (têxtil, eletrônicos, alimentos etc.).
A investigação foi realizada pela Superintendência da Polícia Federal em Alagoas, com o apoio da Polícia Rodoviária Federal.