Uma operação da Polícia Federal (PF) e da Receita Federal (RF) descobriu 3 milhões de dólares em dinheiro escondidos na parede de uma casa de Curitiba.
A ação foi deflagrada na manhã de quarta-feira, 6 de março, e também envolveu mandados nos estados de Santa Catarina e Ceará.
A ação contou com cerca de 200 policiais federais, 20 auditores da Receita Federal e apoio da Polícia Militar de Santa Catarina (PM-SC).
1. Qual é o foco da investigação?
Lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. Conforme a polícia, o chefe do grupo utilizava de pessoas e empresas “laranjas” para lavagem de dinheiro e bens.
Conforme a investigação, o suspeito adquiria imóveis para uso próprio em nome de uma imobiliária e de outra empresa, que foram responsáveis pela compra de ao menos três imóveis de luxo na capital paranaense.
As empresas apresentavam declarações de faturamento à Receita Federal, mesmo sem prestar nenhum tipo de serviço ou registro de venda de mercadorias, apontou a operação.
Conforme a PF, em uma das empresas foram gastos mais de R$ 8 milhões em aquisição de máquinas pesadas para locação e prestação de serviços, mas nenhum serviço era prestado.
“Noutra empresa ligada ao ramo de ‘atividades esportivas’ e em nome de sua companheira, eram declarados valores provavelmente falsos relativos a prestações de serviços apenas para justificar e dar aparência de licitude a gastos e despesas pessoais do casal que de fato eram suportados com recursos oriundos das atividades criminosas”, diz a polícia.
2. Onde fica a casa onde foi encontrado o dinheiro na parede?
A TV Globo apurou que a residência fica em Curitiba, no bairro Barigui. Os malotes de dinheiro estavam escondidos numa parede falsa.
A TV Globo também apurou que o dinheiro foi encaminhado à Caixa Econômica Federal e ainda não foi contado, mas a estimativa é que mais de US$ 3 milhões estavam escondidos no local.
O montante representa mais de R$ 14,9 milhões, na cotação desta sexta-feira (8).
3. O que mais foi apreendido durante as investigações?
Durante as investigações, a equipe policial identificou duas remessas de cocaínas vinculadas ao grupo, uma delas em uma apreensão de 700 quilos de droga escondidos em uma lixeira de metal. Foi descoberto que o material seria transportado ao nordeste do país.
A outra remessa foi localizada em uma apreensão de cerca de 800 kg de cocaína em um navio rebocador na região de Santa Catarina.
Na operação de quarta-feira (6) a polícia também encontrou bolsas em carros com mais de R$ 100 mil em espécie.
4. Alguém foi preso na operação?
Sim, dois homens — um deles na região de Curitiba e outro em Balneário Camboriú (SC). Os nomes deles não foram revelados.
Conforme as investigações, os dois são suspeitos de comandar um grupo ligado ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Segundo a PF, o preso no Paraná é um empresário do ramo de transportes, construção civil e de aluguel de máquinas pesadas.
5. Onde foi deflagrada a operação?
Para operação foram expedidos dois mandados de prisão temporária e 33 mandados de busca e apreensão nos seguintes locais:
- PARANÁ: Curitiba, Tijucas do Sul, Santo Antônio do Sudoeste, Londrina, Loanda, Piraquara, Pontal do Paraná, Campina Grande do Sul, Matinhos, Pinhais e Fazenda Rio Grande
- SANTA CATARINA: Balneário Camboriú, Itajaí, Dionísio Cerqueira, Barra Velha e Itapoá.
- CEARÁ: Barroquinha.
6. O que aconteceu com os investigados?
Segundo a PF, os investigados tiveram bens bloqueados, como imóveis urbanos e rurais, veículos de luxo, motos aquáticas, caminhões e maquinários agrícolas. Contas bancárias também foram bloqueadas.
A corporação também explica que o chefe da organização criminosa havia sido preso anteriormente por tráfico internacional de drogas e usava documentos falsos para não chamar a atenção das autoridades.
Fonte: G1