Onde foi parar a hospitalidade?

“Não se esqueçam da hospitalidade; foi praticando-a que, sem o saber alguns acolheram anjos.” (Hebreus 13.2)

Ser hospitaleiro era algo muito praticado nos tempos bíblicos, mas ainda assim o escritor de Hebreus dá atenção específica a isso, pedindo aos irmãos que não se esquecessem de praticá-la. Atualmente, em nossa cultura, ser hospitaleiro é característica de muitos poucos. E observa-se que a relação entre poder aquisitivo e hospitalidade é inversamente proporcional: Quanto maior o poder aquisitivo, menor a atitude hospitaleira. Em média, quem mais tem espaço e condições de ser hospitaleiro, menos quer ser hospitaleiro! Achamos mais fácil pagar pelo hotel que abrir nossa casa. Somos muito individualistas! Onde foi para a hospitalidade? Sua ausência tem empobrecido nosso caráter.

O escritor bíblico diz aos seus leitores que, na prática da hospitalidade, sem saber, alguns acolheram anjos. Eles foram surpreendidos com bênçãos. O que o escritor está chamando nossa atenção é para o fato de que, servindo, doando-nos ao outro, nos descobriremos sendo servidos e sendo abençoados. Na prática da hospitalidade temos a oportunidade de conhecer o outro, desenvolver e fortalecer amizades e, sobretudo, colocar à disposição do outro o que temos, para o bem do outro. Isso nos melhora! A oportunidade de ser hospitaleiro pode surgir de um visitante que passe por nossa igreja, de um amigo que venha nos visitar, mas também pode ser necessária diante da carência de alguém nem tão conhecido. A hospitalidade tem seu preço, mas, num mundo tão egoísta e mal como o nosso, como podemos pretender a ser hospitaleiros?

O custo que nos afasta da hospitalidade não é material. É temporariamente reduzir nossa privacidade ao dividir nosso espaço. É a redução temporária do nosso conforto. Deveríamos valorizar mais este dom e desenvolve-lo. Deveríamos manter espaço suficiente em nossas casas para receber pessoas com alguma regularidade. Temos exemplos nas Escrituras, como o da mulher de Suném que construiu um quarto em sua casa para o profeta Elizeu (2 Rs 4.10). Ser hospitaleiro faz parte do espírito e do caráter cristão. Devemos estar atentos para que nosso senso de privacidade não nos afaste do dever da hospitalidade. Ela é uma boa forma de enfraquecermos o egoísmo que tão facilmente nos habita. No Reino de Deus a hospitalidade jamais estará fora de moda.

 

 

 

ucs

 

 

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