A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou no sábado, 23 de julho, que a doença varíola dos macacos agora é considerada uma emergência de saúde pública global.
“Acreditamos que isso possa mobilizar o mundo a agir em conjunto. Precisamos de coordenação e solidariedade para que sejamos capazes de controlar a varíola dos macacos”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, em uma coletiva de imprensa em Genebra.
“Com as ferramentas que temos agora, nós podemos controlar esse surto e parar a transmissão”, acrescentou.
Em seu pronunciamento, Tedros explicou que são considerados cinco elementos para a tomada de decisão se um surto constitui uma emergência global.
“Primeiro, as informações fornecidas pelos países – que neste caso mostram que esse vírus [varíola dos macacos] se espalhou rapidamente para muitos países que não o viram antes”, disse o diretor da OMS.
Em segundo lugar, ele cita que foram atendidos os critérios do Regulamento Sanitário Internacional – uma norma jurídica que a OMS segue.
Brasil tem 607 casos confirmados de varíola dos macacos
Após quarenta e quatro dias do primeiro caso de monkeypox, a varíola dos macacos, o Brasil já soma 607 casos, de acordo com dados do Ministério da Saúde. A maior parte deles, 438, estão no estado de São Paulo.
Entre os casos registrados, 86 são do Rio de Janeiro, 33 de Minas Gerais, 12 do Distrito Federal, 10 do Paraná, 8 de Goiás, 5 da Bahia, 2 do Ceará, 3 do Rio Grande do Sul, 2 do Rio Grande do Norte, 2 no Espírito Santo, 3 em Pernambuco, 1 em Mato Grosso do Sul e 1 em Santa Catarina.
O ministério afirmou, em nota, que mantém articulação direta com os estados para monitoramento dos casos e rastreamento dos contatos dos pacientes. O número total de casos publicados pelo Ministério da Saúde na quinta-feira (21) é 13% maior do que o divulgado no dia anterior, quarta-feira (20).
Apesar do nome da infecção, macacos não transmitem a varíola. A varíola dos macacos é uma doença transmitida principalmente pelo contato íntimo e troca de secreção entre pessoas.
Isso quer dizer: abraço, beijos, contato sexual, compartilhamento objetos de higiene pessoal, talheres etc. Além disso, o vírus também se espalha por vias respiratórias, mas essa situação é menos comum do que a primeira. Na maior parte dos casos, a infecção não é letal, mas pode se manifestar de forma mais grave em pessoas com comorbidades.
O infectologista Marcelo Otsuka explica que, apesar do aumento progressivo do número de casos, o mais comum é que os infectados tenham tido contato com pessoas que voltaram recentemente do exterior.
Na visão dele, ainda não corremos o risco da infecção se tornar uma pandemia, como a de coronavírus. Apesar disso, Otsuka ressalta que a principal característica dos vírus é a mutação. Então, nada impede de que em algum momento este vírus se torne mais forte e mais contagiante.
A higiene pessoal é o maior aliado contra a varíola dos macacos, assim como para a maior parte das doenças infecciosas.
É necessário sempre lavar as mãos e evitar o compartilhamento de objetos pessoais como toalhas, talheres, maquiagem e lâminas de barbear.
Fonte: CNN Brasil