O verdadeiro dono

“Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia.” (Mateus 6.11)

O que você tem é seu? Só seu? Suas conquistas são fruto de seus esforços unicamente e pronto? Ser cristão é ter uma resposta cristã para questões como essas. Veja como Davi as respondeu: “Teus, ó Senhor, são a grandeza, o poder, a glória, a majestade e o esplendor, pois tudo o que há nos céus e na terra é teu. Teu, ó Senhor, é o reino; tu estás acima de tudo. A riqueza e a honra vêm de ti; tu dominas sobre todas as coisas. Nas tuas mãos estão a força e o poder para exaltar e dar força a todos. Agora, nosso Deus, damos-te graças, e louvamos o teu glorioso nome.” (1 Cr 29.11-13) Ele presta sua adoração e declara o reconhecimento pelo cuidado e providência de Deus, a quem tudo pertence. Num de seus salmos, Davi declara essa mesma perspectiva diante da vida: “Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem;” (Sl 24.1).

Na oração ensinada por Jesus somos orientados a pedir pelo pão de cada dia. Por que não podemos comprá-lo? Não, porque Deus é o dono de tudo! Se aprendermos isso a respeito da mais básica de nossas necessidades, teremos chance de aprender muito mais. Por mais que nos pareça e outros até digam, que é a nossa força, capacidade, influência ou talento que produz os resultados de nossos esforços, devemos ter clareza de que a Mão misericordiosa e a benção de Deus estão sobre nós. Se cremos no Evangelho, é assim que compreendemos a vida. Qualquer sentimento de auto-suficiência será na verdade uma grande ilusão que nos conduzirá a pecados. Somos beneficiários das misericórdias de Deus e não resultado de nossas forças. Somos sustentados pela graça, e não mantidos pelo méritos. O amor de Deus nos preserva a vida. Saber isso e viver consciente disso é uma benção, nos faz uma benção e nos livra do mal!

Esses dias que temos vivido sob o risco de uma doença ainda desconhecida, declaram nossa fragilidade. Dados de ontem apontam para 110 mil contaminados e 7.485 mortes em nosso país. Há quem pareça não estar compreendendo isso. Se o pior acontecer, certamente compreenderá. Mas não precisamos aprender apenas pelo caminho difícil. Somos frágeis. Podemos sair dessa pandemia mais humildes e mais sábios do que entramos. Tanto para nos relacionarmos com as pessoas, quanto com Deus. Que haja mais empatia e generosidade em nós. Que haja mais temor e submissão a Deus. Ainda que tenhamos o dinheiro do pão de cada dia, que reconheçamos que ele é uma dádiva de Deus. Que saibamos reconhecer o verdadeiro dono de tudo. Que tenhamos clareza de nossa fragilidade. Viver sob esta perspectiva é que nos levará a agir como verdadeiros cristãos.

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