O TikTok é prejudicial para a saúde mental de adolescentes? Estudo responde

O TikTok é prejudicial para a saúde mental de adolescentes? Estudo responde
O TikTok é prejudicial para a saúde mental de adolescentes? Estudo responde. Foto: Reprodução

O TikTok cresceu muito durante a pandemia de Covid-19 e se tornou uma das principais redes sociais da atualidade. Recentemente, a plataforma atingiu o número de 1 bilhão de usuários em todo o mundo. Porém, será que o TikTok é prejudicial para saúde mental de adolescentes?

Um estudo liderado por Bradley Kerr, pesquisador do departamento de pediatria da Escola de Medicina e Saúde Pública da Universidade Wisconsin-Madison, entrevistou diversos adolescentes para entender como eles se sentiam em relação ao TikTok.

Kerr destacou que, apesar do aumento meteórico no número de usuários do TikTok, “não vimos muitas pesquisas sobre como o TikTok está relacionado aos resultados de saúde mental para adolescentes”.

Parte dos participantes do estudo apontaram que a rede social é muito boa para conectar os adolescentes com conteúdo que é interessante para eles. Um voluntário apontou, inclusive, que acessando a plataforma consegue descobrir bandas e artistas novos.

Outros usuários disseram se sentir incomodados com a natureza viciante do aplicativo. “Quando uso [o TikTok] fico nele por horas sem perceber, porque continuo rolando e fico tipo: ‘Ok, este é o último’”, descreveu um dos adolescentes. Outro disse se sentir “sugado” pela rede social.

Alguns entrevistados também disseram que o TikTok faz com que eles consumam uma avalanche de vídeos mostrando corpos e vidas perfeitas, fazendo com que eles acabem minando sua autoestima.

“Ver a casa muito legal de alguém, ou o cachorro muito fofo de alguém, ou a família feliz, há tanto conteúdo que você pode comparar constantemente”, disse um adolescente. “Eu acho que é ruim para… não se sentir confiante com seu corpo e outras coisas também”, relatou outro.

O pesquisador ainda contou que alguns adolescentes ressaltaram a possibilidade de se criar uma rede de apoio no TikTok, o que pode acontecer com aqueles jovens que estão buscando entender sua orientação sexual, por exemplo. No entanto, alguns também apontaram que com o tempo, isso acaba se tornando uma competição.

“Embora sejam necessários estudos futuros para entender essas áreas-chave de pesquisa, esperamos que os pais e os profissionais de saúde perguntem aos adolescentes sobre os benefícios e as preocupações no uso do TikTok “, disse Kerr.

“A mídia social é como a nicotina ou os opiáceos. Eles foram projetados para serem viciantes e, até certo ponto, as empresas que produzem o produto tentaram suprimir as pesquisas que mostram os efeitos nocivos. Por outro lado, sabemos que engajamento modesto com a mídia social pode ser divertido e pode aumentar a conectividade”, afirmou Melissa Hunt, diretora associada de treinamento clínico do departamento de psicologia da Universidade da Pensilvânia.

Hunt apontou que é necessário ensinar os adolescentes a utilizarem as mídias sociais com sabedoria e moderação, além de monitorar o que eles estão fazendo nos aplicativos.

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