“Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.” (Mateus 6.10)
A oração que Jesus ensinou aos discípulos e que ficou para nós na história, não é simplesmente uma prece a ser repetida, embora possamos orá-la eventualmente. É uma oração que elucida a fé. Ela anuncia que Deus se dispôs a vir e envolver-se com a história humana. Que Deus veio participar da nossa história. Não é uma oração que nos pede para sair do mundo, mas que clama a Deus para que o Reino d’Ele venha ao nosso mundo e que a Sua vontade seja feita entre nós. Em lugar de construir muros que separam o reino dos homens do Reino de Deus, ela propõe que o Reino de Deus invada esteja entre os homens e a vontade de Deus seja feita em suas vidas. A fé cristã tem a ver com o Reino e a vontade de Deus.
O Reino veio a nós em Cristo e nos foi dado, ofertado. O Reino de Deus chegou a nós, mas na oração Jesus nos ensina a pedir por ele! Porque a vinda do Reino não nos afeta até que nos envolva e transforme. É assim que o Reino toma lugar entre nós. Neste sentido ele já veio e ao mesmo tempo precisa continuar a vir, para ser estabelecido em nossas vidas. Quando o Reino de Deus se estabelece a vontade de Deus é feita, mais que a vontade do homem. Não existe Reino de Deus quando o que impera é a vontade do homem, pois o Reino de Deus é a manifestação da vontade de Deus. O Reino de Deus é o Reino do fruto do Espírito (Gl 5.22). Nele o amor, a alegria, a paz, a paciência, a amabilidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão e o domínio próprio estão presentes e podem ser vistos e experimentados.
O Evangelho de Jesus nos anuncia a chegada do Reino de Deus e a Sua oração confirma isso. É na medida em que cremos e nos submetemos que o Reino de Deus se estabelece. Ele tem chegado a nós por meio daqueles a quem alcançou e chegará a outros a partir de nós, na medida em que nos alcançar. Palavras podem ser usadas, mas é nossa vida que realmente prega o Evangelho e anuncia o Reino. Os que são alcançados pelo Reino de Deus não se tornam juízes do reino dos homens, mas sinais, porta-vozes, anunciadores do Reino de Deus. Tendo recebido o Reino, aprendem a fazer a vontade de Deus e demonstram como é viver no Reino, e quão boa, perfeita e agradável é a vontade de Deus (Rm 12.2).
ucs