“Não tenham medo, pequeno rebanho, pois foi do agrado do Pai dar-lhes o Reino.” (Lucas 12.32)
Viemos em tempos em que o sonho de grandeza e beleza é o padrão, é o que todos preferem. De empresas a igrejas! Queremos ser grandes. Ser grande é sinal de que tudo está indo bem, de que de fato somos bons no que fazemos. Somos naturalmente atraídos pelo que é grande, pelo que é popular, pelo que todos admiram. Quantos seguidores você tem no Instagran? Quantos contatos no Facebook? Quantos leem o seu Blog? Você não tem um? Como assim?! Quantos likes você recebe nas suas postagens? Há muitas formas de nos sentirmos grandes, maiores. Isso tornou-se uma solução para muitos de nós. Um caminho para alimentar nossa estima e fortalecer nosso senso de significado. Facilmente esses meios tornam-se um fim em si mesmos. Em si não são um mal e podem sem excelentes meios, mas podem também alimentar o pior em nós. E se o fizer, nos roubará coisas muito importantes.
A realidade, a clareza e a sensatez nos serão roubadas. E sem elas nos dedicamos ao que é de menor valor como se fosse de grande valor. Será roubada a postura correta para nossa relação com Deus e com as pessoas. Aceleraremos na direção errada e seguiremos com lentidão em nosso amadurecimento espiritual e emocional. Seremos visíveis aos outros enquanto nos tornaremos cegos a respeito de nós mesmos. Todavia, é claro que o problema não se resolveria com o simples abandono tudo isso. Tudo isso pode ficar e ser útil, como já dissemos. Mas precisaremos repensar a relação com elas. Precisaremos julgar as intenções e as motivações, permanentemente. Precisaremos da perspectiva do que Jesus chama de “pequeno rebanho”. Se diante das pessoas o valor é a grandeza, no Reino de Deus é o contrário. Se a grandeza deste mundo não for vivida a partir da pequenez do Reino, ela será uma armadilha, um desvio, uma maldição para nós, indivíduos e comunidades, pastores e igrejas. São dos pequenos o Reino dos Céus.
Ser pequeno é reconhecer-se pecador e sem mérito algum diante de Deus. Ser pequeno e escolher perseverantemente a humildade e estar alerta contra a altivez e o orgulho. Ser pequeno é estranhar a admiração dos outros, quando equivocadamente nos veem grandes. Ser pequeno é resistir a tentação de buscar honra para si mesmo. Os pequenos são pródigos em perdoar, pois sabem o quanto tem sido e precisarão ser perdoados. Não guardam mágoas, não retribuem mal com mal e, apesar do custo, escolhem o bem. Estão frequentemente de mãos vazias, pois são generosos. Anseiam amar, esforçam-se para servir, entristecem-se com as próprias maldades, cansam-se de si e são tolerantes com os outros. Os pequenos são grandes em seu anseio por Deus. A eles Jesus diz: “Não tenham medo! O Reino foi dado a vocês porque o Pai quis assim!”. Os pequenos são os herdeiros da graça!