O que significa isso?

“Atônitos e perplexos, todos perguntavam uns aos outros: Que significa isto?” (Atos 2.12)

Muitas vezes uma pergunta é apenas a primeira pergunta que devemos fazer. A primeira pergunta é motivada pelo que está mais na superfície. Mas há muito mais para ser conhecido, indagado. Algumas vezes a primeira pergunta nem precisa ser mudada, apenas precisa ser ressignificada, na medida que vamos mais a fundo. É como o “por que?” de uma criança, que sempre repete pergunta “por que?” indagando sobre a próxima coisa. A multidão reunida, gente “de todas as nações do mundo”, como “hiperbolizou” Lucas no verso 5, ouve galileus falando em sua língua materna. Eram pessoas da Frígia e Panfília, Egito e das partes da Líbia próximas a Cirene. Havia também visitantes vindos de Roma, tanto judeus como convertidos ao judaísmo; cretenses e árabes (vv. 10-11). Todos queriam entender o que estava acontecendo. “O que significa isto?”, perguntavam.

A resposta foi dada por Pedro nos versos que se seguem em Atos 2. Aquele alvoroço termina em conversões e uma igreja se estabelece: pessoas unidas pela fé. Elas formaram uma comunidade de partilha, que persevera em comunhão, reunindo-se e celebrando a nova vida. O jeito daquela primeira igreja gerava simpatia em todo povo, registra Lucas (v.46). Deus era louvado e pessoas eram acrescentadas à igreja na medida em que eram salvas (v.47). O restante do livro de Atos vai mostrar que outras igrejas surgem, problemas ocorrem, desafios e dores. A vida segue na medida em que aqueles cristãos vivem. Não se tornam pessoas perfeitas e nem a vida se torna perfeita diante deles, mas eles seguem aprendendo a viver e a crer. A profecia havia se cumprido. Às muitas vozes dos profetas e à incomparável voz de Jesus, juntou-se o som que veio do céu, que encheu toda a casa e cada discípulo, com o Espírito Santo. A história é banhada com a presença de Deus. Pessoas se tornaram o sinal de Sua presença.  E isso trouxe salvação a muitos!

Deus, irremediavelmente decidido a dialogar com a humanidade, desceu com sua Voz e a entregou a pessoas. Depois de chegar ao ápice de Seu diálogo, com a vinda do Filho, Aquele que é a Palavra, o Logos Divino, Deus fez uma curva e voltou a entregar a seres humanos o ofício de falar em Seu nome. Não mais a alguns poucos mas, pelo Seu Espírito, fez e faz de todo o que crê uma voz divina no mundo. Um sinal do que Deus tem a dizer a cada pessoa. Gente que encontrada, anuncia o Deus que busca. Que perdoada, espalha o perdão de Deus. Que acolhida e amorosamente incluída, testemunha do Deus que recebe e inclui, pela graça e somente pela graça, pecadores em seu Reino. Para todos que crêem no Pentecostes, a palavra está franqueada. Pois a promessa, disse Pedro, “é para vocês, para os seus filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor, o nosso Deus chamar.” (v.39). Então, eis uma pergunta: Cremos? E se cremos: o que nossa vida anda dizendo sobre o Deus que falou e fala com seres humanos?

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