“A melhor maneira de prever o futuro é construí-lo”, Peter Drucker (1909-2005).
Pensar o amanhã se constitui exercício a que todos estão submetidos, em maior ou menor grau, na perspectiva existencial de cada um e no contexto sociocultural ao qual se vincula. Esta condição intrínseca de cada pessoa é fruto da herança racional adquirida por determinismo sócio- histórico-cultural, passando de geração a geração, que a incorpora e redimensiona como parte do projeto, específico, do ente humano ainda em construção e a ser no tempo lapidado.
A luz desse entendimento, por suas características psíquicas, somáticas e sociais o homem, em quaisquer pontos das latitudes e altitudes terrestres, é o único e diferenciado ser a requerer cuidados mais que especiais para o seu pleno desenvolvimento, sem os quais o seu futuro estará comprometido ou, o que é pior, não se efetiva em sua complexa totalidade.
Isto se comprova – de forma natural -, pela mais simples e direta observação dos elementos constitutivos da biodiversidade e, em particular, do ser humano. No caso da fauna existente, seja marinha ou terrestre, independente de suas variadas espécies e posições na escala zoológica, há indivíduos desde o nascer com capacidades relativamente suficientes para os embates nos seus habitats que lhes garantem, minimamente, suas existências e o desenvolvimento de suas potencialidades.
Infere-se, no caso, que já se encontra definido o amanhã desta ou daquela espécie tais os desígnios estabelecidos pela mãe natureza ao longo de milhões de anos, o que vale dizer para eles o que será assim sempre será!
Já a fragilidade do ser humano, a partir das condições de nascituro e das etapas seguintes do seu desenvolvimento, contrasta com todos os demais seres vivos conhecidos e estudados, face sua impotência para sozinho adotar os meios necessários á sua sobrevivência e alcançar a plena autonomia em direção ao seu “destino”.
No homem o que será guarda estrita observância com as atenções que lhes forem dispensadas, ora através da educação (a partir do núcleo familiar), da cultura, normas, princípios e valores sociais repassados e internalizados, em paralelo ao atendimento ao longo do tempo de suas necessidades básicas de segurança e desenvolvimento, do qual, inclusive, participará efetivamente na sua condição futura de sujeito e autor.
É nesse contexto que, família e sociedade, como representações mais que simbólicas do vir a ser das futuras gerações, haverão de perceber o quanto têm de responsabilidades na construção do amanhã, apoiando e orientando o projeto “inacabado” da espécie humana, objetivo maior que se concretizará pelo esforço comum em direção ao homo ethicus, além de sapiens.
É, pois, extremamente importante à participação de quantos possam aderir – e de preferência o mais conscientemente possível-, ao pensamento de que todos têm responsabilidades sociais não apenas junto a sua própria família, mas, igualmente, àquelas outras do seu convívio que multiplicadas significam o coletivo, o País, e que está a requerer ações efetivas para um futuro melhor dos seus filhos.