O “porém” que Deus inspira

“Sem se enfraquecer na fé, reconheceu que o seu corpo já estava sem vitalidade, pois já contava cerca de cem anos de idade, e que também o ventre de Sara já estava sem vitalidade.” (Romanos 4.19)

A narrativa bíblica de Gênesis nos faz saber que Deus fez a promessa de que Abraão seria pai de uma grande nação quando ele tinha 75 anos e não tinha filhos. Aos 99 anos ele ainda não tinha filhos. Sara era 10 anos mais nova. O filho chegaria apenas no ano seguinte. Foram 25 anos vendo e sentindo o próprio corpo se enfraquecer e tendo cada dia mais e mais demonstrações de que uma gravidez seria impossível. Abraão não fazia de contas que não era assim.

Há quem diga que crer é “tomar posse”. Uma atitude confusa que parece misturar ingenuidade e presunção. Mas o pai da fé, Abraão, não “tomou posse”. Ele olhava para Deus, para si mesmo e para Sara. Ele não fez de contas que não sentia medo ou ficava inseguro diante dos fatos que eram tão evidentes. Ele apenas insistia em olhar para Deus e inserir um “porém” após as evidências. “Estou velho, Sara também, parece que não vai dar… porém Deus prometeu. Vou confiar.”

A fé cristã é um tipo de fé que não produz super crentes, seres inabaláveis, gente que vive como se vivesse num mundo paralelo. A fé cristã é a sutil e poderosa resposta do fraco à sua fraqueza, do inseguro à sua insegurança, do caído à sua queda, do perdido à sua desorientação: “porém, Deus me ama”. A fé no Deus de Abraão faz de nós o que fez de Abraão: uma inspiração para se crer, apesar de, e não alguém com poder para “tomar posse” do que deseja ter.

 

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