A crise brasileira parece não ter fim. Quando pensamos que o Brasil, com sua politicagem e roubalheira, chegou no fim do poço, mais um escândalo nos surpreende.
O presidente interino Michel Temer agarra-se ao poder porque tem medo de perder o foro privilegiado. A vergonha na cara ele perdeu há muito tempo, pois um presidente flagrado na calada da noite combinando falcatruas com um empresário deveria renunciar.
O Brasil e Brasília estão em protesto. O povo não aceita mais tanta corrupção. E nossos governantes, tamanha a falta de caráter e honra, em vez de aceitarem os protestos do povo como algo legítimo, resolveram colocar tropas do exército na rua.
Não falta mais nada na triste novela da crise brasileira: o exército na rua para, sob o falso argumento de garantir a lei e a ordem, impedir que os legítimos protestos sejam realizados às portas do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto.
Se é para garantir a lei e a ordem, deveria o povo formar um exército de indignados e tomar o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, exigindo a renúncia coletiva de todos os envolvidos em atos de corrupção. Alguns exemplos: Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá, Aécio Neves, Eliseu Padilha, claro, Michel Temer, e tantos outros. Será que esse governo corrupto pretende se sustentar no poder até dezembro de 2018 usando as Forças Armadas para coibir a indignação popular ? Faltará mais o que para transformamos o Brasil numa ditadura !?
Ou será que o TSE, capitaneado por Gilmar Mendes, flagrado no grampo com Aécio Neves ajustando uma forma de aprovar com rapidez a lei de abuso de autoridades para coibir Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato, fará o favor a Michel Temer de cassar a chapa Dilma-Temer ?
Haja o que houver, há um perigo muito grande de ser por o exército nas ruas. A ditadura sempre começa assim, sempre começa com o exército nas ruas e com um governo democrático que, sob a falsa promessa de manter a lei e a ordem, passa a coibir protestos daqueles que não apoiam este governo.