“Ele foi oprimido e afligido, contudo não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua boca.” (Isaías 53.7)
O Evangelho do natal nos compara a ovelhas e, surpreendentemente, o faz também com Jesus. O Filho de Deus encarnou-se e igualou-se a nós. O Bom Pastor, o resgatador de ovelhas, se fez uma ovelha entre as ovelhas. E isso já nos diz muito sobre Seu pastoreio. Como podemos ler no livro de Hebreus, temos um Pastor que sabe como é a vida de ovelha! Ele sofreu tudo que uma ovelha pode sofrer, de modo que é cheio de compaixão para conosco (Hb 4.14-16). Mas, entre a ovelha que somos e a ovelha que Ele se tornou, há grande diferença. O que em nós lembra uma ovelha denuncia nossa incapacidade de lidar com a vida. O que em Jesus lembra uma ovelha revela Sua entrega completa por amor a nós.
Todos nascemos e morreremos. Mas não nascemos para morrer. A morte não é um propósito e desejamos adia-la. Mas Jesus nasceu para morrer. Ele entrou neste mundo numa manjedoura e saiu numa cruz. E nem uma nem outra foi uma um imposição, mas uma entrega. Ouviu “não há lugar” ao nascer e disse “está consumado” ao morrer, mas poderia ter resistido aos dois. Entre nós Ele foi a mais sofrida das ovelhas. Foi a mais desprovida, embora fosse o dono de tudo. Foi a única sem culpa, mas levou sobre si a culpa de todos nós. Foi a única que poderia dizer “não” à morte, mas disse “sim”. Foi a única que jamais se perdeu, jamais se desviou, mas que sofreu a solidão, enfermidades e culpas de todos os nossos desvios.
O que o Evangelho do natal anuncia é grande demais para que ovelhas tolas e fracas como nós possam compreender. Não temos completa clareza sobre o significado do nosso desvio! Como poderíamos compreender o que custou para o Pastor nos resgatar?! Mas apenas o fato de ter encarnado a vida de um ovelha, deveria nos dizer muito sobre esse Maravilho Pastor. O castigo que nos trouxe paz foi Ele quem sofreu, pois sobre Ele estavam nossas transgressões. Neste natal podemos cantar “Tudo é paz, tudo amor…”, mas não devemos esquecer quem tornou isso possível.